domingo, 24 de março de 2019

TRABALHAR ATÉ ÀS PORTAS DA MORTE...



“Esta semana saiu (mais) um relatório pouco animador sobre o nosso sistema de pensões. Segundo simulações apresentadas pela OCDE, um jovem que entre agora no mercado de trabalho poderá vir a ter uma pensão equivalente a 90% do salário, mas exige que se trabalhe 47 anos. Ou seja, chegar ao fim de uma vida de trabalho com uma pensão de reforma jeitosinha é possível, mas exigirá que trabalhe quase até às portas da morte. Quem for mais apressado e quiser reformar-se mais cedo, morrerá de susto com o valor da pensão que levará para casa. Portugal já é o país da OCDE onde as penalizações pela antecipação da reforma são mais altas, mas para o organismo internacional isto não chega: é preciso dificultar também o acesso. Isso significa acabar com a possibilidade de reforma antecipada voluntária aos 60 anos, fazendo esta idade variar todos os anos ao ritmo da evolução da esperança média de vida, e significa também acabar com a possibilidade de passar à reforma antecipada após esgotado o subsídio de desemprego. As recomendações da OCDE não vinculam o Governo, mas o ministro Vieira da Silva, a quem se devem as reformas mais profundas nestas áreas, sempre vai dizendo que o roteiro constitui um bom “alimento para o pensamento”.
In “Expresso” Economia

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