Segue
nota de imprensa redigida pelo deputado João Vasconcelos, em nome do Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda, onde é referida a grave situação que se vive
nas maternidades de Faro e Portimão (especialmente esta), com base em questões
enviadas ao Governo.
Os deputados João Vasconcelos e Moisés
Ferreira, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, voltaram a questionar o
governo sobre os graves problemas existentes no Centro Hospitalar Universitário
do Algarve (CHUA), nomeadamente, nas maternidades de Portimão e de Faro.
Conforme veio a público, a maternidade do
Hospital de Portimão voltou a encerrar, mais uma vez, entre as 09:00 do passado
sábado e a mesma hora de domingo (7 de julho). Segundo as justificações do
Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), este encerramento deveu-se
ao facto de “não ser possível garantir o apoio de pediatra com competências na
área da neonatologia na referida unidade”.
Ainda segundo o CHUA, as mulheres em
trabalho de parto seriam encaminhadas para a Unidade Hospitalar de Faro. Não
foi isto o que sucedeu no passado dia 6 de julho, quando a meio da noite uma
grávida de 28 semanas foi transferida, com bolsa rota, do Hospital de Portimão
para o de Évora, numa distância de mais de 200 quilómetros, devido à
incapacidade de Faro em receber prematuros.
De acordo com as informações que chegaram
ao Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, a maternidade do Hospital de Faro
terá entrado em rutura e está sem capacidade para receber prematuros
transferidos de Portimão, onde os serviços se encontram fechados
temporariamente por falta de médicos para assegurar as escalas.
Por outro lado, o serviço de obstetrícia
no Hospital de Faro tem apenas seis médicos com menos de 55 anos, o que não
chega para fazer urgência num só dia. Segundo o que é exigido pela Ordem dos
Médicos, serão necessários quatro elementos durante cada turno (noite e dia), o
que daria oito pessoas.
A agravar toda a situação, a falta de
médicos nas especialidades de pediatria e de obstetrícia irá conduzir ao
encerramento da maternidade do Hospital de Portimão durante 33 dias durante
este verão: 11 dias no mês de julho, 10 dias no mês de agosto e 12 dia em
setembro.
Para o Grupo Parlamentar do Bloco de
Esquerda trata-se de uma situação muito grave e inaceitável o que se vive no
seio do CHUA, nomeadamente na maternidade do Hospital de Faro e, muito em
particular, na maternidade do Hospital de Portimão.
O Algarve foi completamente esquecido por
este governo em termos de Serviço Nacional de Saúde. Deve o governo atuar para
que as carências existentes atualmente nas maternidades de Portimão e de Faro
sejam urgentemente solucionadas. O Grupo Parlamentar do BE condena com
veemência o encerramento da maternidade de Portimão, em qualquer período, e
exige ao governo a manutenção da sua abertura e em condições normais de
funcionamento.
O Grupo Parlamentar do BE saúda e apoia
todas as iniciativas e manifestações pela defesa da Maternidade e Hospital de
Portimão, assim como pela defesa da Maternidade e Hospital de Faro e do Serviço
Nacional de Saúde no Algarve.
As questões colocadas ao governo pelo
GP/BE foram as seguintes:
1. Tem o Ministério da Saúde conhecimento da situação acima descrita?
2. Vai o Governo atuar, com urgência, para impedir o encerramento da
maternidade do Hospital de Portimão? Que medidas vai o Governo tomar para
impedir esse e outros encerramentos?
3. Vai o Governo agir para que a maternidade do Hospital de Faro funcione
com normalidade? Que medidas pensa implementar?
O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda
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