Quase 30% dos cerca de 125 mil residentes em lares no nosso país vivem em instituições que funcionam sem enquadramento legal.
(…)
Precariedade, baixos salários e
excessiva rotatividade são a regra num setor [lares] em que as mulheres são a larga
maioria e onde a formação em contexto de trabalho praticamente não existe.
(…)
É preciso repensar todo o modelo que
temos de cuidados para os idosos.
(…)
Muitos lares não respeitam os rácios de
trabalhadores definidos pela lei, o que é mais flagrante no período noturno e
na área da saúde.
(…
Precisamos de apoio aos cuidadores
informais para além dos 30 concelhos em que funcionam atualmente os
projetos-piloto.
Por ser imprescindível, há
muito que se tornou num recurso apetecível para a apropriação privada: é um
negócio garantido.
(…)
Segundo essa análise [da
ERSAR] divulgada há dias, dos 25 municípios onde a gestão da água é mais cara,
24 são de responsabilidade privada.
(…)
A conclusão é que os
municípios asseguram preços mais baratos quando gerem diretamente o
abastecimento de água.
(…)
A diferença de preços
praticada entre locais onde o abastecimento de água foi privatizado e onde se
manteve público é abissal.
(…)
[Em 2014] após audições a
19 contratos de concessão de água, o TC [Tribunal de Contas] afirmou que estes
não trazem nenhum benefício para o consumidor ou para as autarquias.
(…)
[Os privados] até recebem
pela água que não sai da torneira: se o consumo baixar face ao previsto, o
contribuinte paga a diferença.
(…)
Risco zero para os
privados, risco máximo para as pessoas.
(…)
O aumento do preço da água
[por parte da Águas do Pinhal Interior Norte] chegou a ser de 30%, o que
explica o descontentamento e esperemos que seja suspenso.
(…)
Para matar a sede sem
secar a carteira o caminho deve ser o da reversão das concessões, a única forma
de acabar com o abuso, garantindo a gestão pública séria deste bem estratégico.
Pedro Filipe
Soares, “Público” (sem link)
Portugal carece de
indústria. A indústria é garante de criação de emprego e, sem dúvida, o setor
que mais positivamente puxa pela sua qualidade e melhor o consegue fixar.
(…)
É possível e indispensável
derrubar barreiras que oneram os investimentos e, em particular, reduzir custos
energéticos.
(…)
Como sabemos, os
incentivos aos privados, para que estes se mobilizem, por vezes subvertem as
contabilidades de partida e geram processos de saque ao Estado.
(…)
Para que a EN-H2 [Estratégia
Nacional para o Hidrogénio] se converta numa oportunidade e caso de sucesso, o
Governo tem, entretanto, de assumir sérias precauções.
(…)
O trabalho precário e a
existência de rendas desmedidas que hoje se praticam no setor energético não
podem ter cabimento nestes novos projetos.
"Por uma questão
qualquer", é [para André Ventura] uma minudência [Steve Bannon] ter sido
acusado do desvio de milhões de dólares da iniciativa de recolha de fundos para
a construção do muro na fronteira entre os EUA e o México.
(…)
O ex-conselheiro e
director de campanha de Donald Trump em 2016, [Steve Bannon], acusado de fraude
e lavagem de dinheiro, enfrenta agora uma pena de prisão que pode ir até 20
anos.
(…)
Se acontecer cá e a ele, [André
Ventura] já se sabe, a culpa será do
poder que o persegue. Será "uma questão qualquer", certamente.
(…)
Steven Bannon é
"apenas" a sétima pessoa próxima de Trump a ser detida ou acusada de
crimes desde que tomou posse como presidente dos EUA.
(…)
Alegar desconhecimento
passa então a ser uma ciência de fuga. AV, que assistiu impávido e sereno a
várias saudações nazis nos comícios do Chega, desconhece que o líder da
"Resistência Nacional" (…) pertence ao seu partido.
Os investigadores, em regime low cost,
competem anualmente por um contrato de seis anos para auferir uma remuneração
correspondente ao seu nível, ou seja competem por um contrato que deveria
corresponder à sua justa condição laboral.
Rui Curado da Silva, “Diário as beiras”
Não é fácil distinguir de
forma abrangente os conceitos de “esquerda” e “direita”.
(…)
A questão da igualdade é,
pois, absolutamente decisiva para traçar uma linha de fronteira entre esquerda
e direita.
(…)
Nos últimos anos com o
regresso global de um agressivo extremismo de direita, seja ele parlamentar ou
extraparlamentar, tem sido disseminada a ideia errada - com a qual o próprio se
procura legitimar – de que apenas “responde” ao seu equivalente de esquerda.
Rui Bebiano, “Diário as beiras”
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