Recordem-na sempre que ouvirem pessoas com projetos
anti-democráticos e alegarem que querem subverter a democracia apenas para
acabar com a corrupção, como uma espécie de figura sebastiânica à caça da
esperança dos pobres de espírito.
A ameaça que a extrema-direita representa para a democracia não é
propriamente a asua ascensão ao poder, pois isso tende a acontecer de forma
rápida e, muitas vezes, dissimulada.
O problema é tirá-los depois de lá.
Não há ditadores simpáticos. Não há fascistas bem-intencionados.
Quando chegam ao poder, a primeira coisa que os autocratas fazem é preparar as
condições para nunca mais de lá saírem. A segunda coisa que fazem é rodearem-se
de amigos com poder económico e militar suficiente para mantê-los lá.
E assim desaparece a esperança dos pobres de espírito, que,
apesar de desiludidos com o seu Sebastião, deixaram de ter a possibilidade de
votar no seu adversário.
Não se distraiam. Isto está a acontecer em Portugal. Há um tipo
que diz aberta e explicitamente que quer derrubar a República para criar algo
diferente. É apoiado por neo-nazis, por uma estrita elite de pessoas muito
ricas e influentes com simpatia por autocracias e por um grande número de
pobres de espírito. E o voto dos pobres de espírito também conta.
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