Trump só pode tentar salvar-se através de dois expedientes: o medo interno (a ordem contra os desordeiros) ou o medo externo (a tensão com a China). Vai usar os dois.
(…)
A Trump, em rota de derrota, só resta a
ordem do caos, e é nela que vai basear a sua tentativa de recuperação.
(…)
Uma rutura [com a China] teria uma
implicação devastadora na economia norte-americana e significaria imediatamente
a redução dos salários reais no país.
(…)
É a economia que manda no conflito [China-EUA],
o que o torna mais imprevisível do que o confronto EUA-URSS.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Se há algo em Portugal que seja tão
regular e previsível como o relógio de cuco são os escândalos no Novo Banco.
(…)
A trapalhada monumental em que se tornou
o que foi o maior banco privado nacional estava inscrita desde o primeiro dia
deste processo, mas não deixa de surpreender pela imaginação fértil.
(…)
Se houver uma réstia de decência,
substituir a administração do Novo Banco, cuja idoneidade está posta em causa
por sucessivas operações desastradas para impor prejuízos ao erário público, é
a primeira condição para o saneamento da instituição.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Uma rede de investigadores que se dedica
ao combate à fraude fiscal e à lavagem de dinheiro, detetou 467 mil milhões de
dólares de lucros empresariais escondidos em offshores para evitar o pagamento
de impostos no ano passado.
(…)
As contas secretas servem precisamente
para isso, para ocultar as fortunas, para não pagar os impostos e para proteger
o crime da corrupção.
(…)
Então, se há neste imbróglio espanhol
uma vantagem, é mostrar que, havendo delito, a dinastia favorece a perceção de
impunidade pelos criminosos.
(…)
Juan Carlos presta, assim, um último
serviço à democracia: exibir a consequência do privilégio régio.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Os “leilões do solar” não são entre quem
dá mais, mas entre quem pede menos ao Estado.
(…)
As “rendas garantidas” não são à partida
um erro, mas é como nas PPP, o problema está na definição e distribuição do
risco.
(…)
Umas contas: se no futuro o preço de
mercado do megawatt estiver €10 mais barato do que o garantido pelas rendas, o
Estado perderá cerca de €12,5 milhões.
(…)
Ninguém se opõe à energia solar, recurso
limpo e renovável. O problema não é científico, é financeiro.
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
Mas esse fosso [programático entre PS,
PCP e BE] não impediu um entendimento em torno de um programa político de
emergência: a devolução de rendimentos e a estabilização das relações sociais e
políticas.
(…)
De novo, há um programa de emergência
que pode ser partilhado entre os partidos de esquerda e que não é ameaçado
pelas diferenças ideológicas persistentes.
(…)
É impensável governar em minoria no
contexto que vamos enfrentar.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
[Joan Carlos] tem o presidente do
Governo a apoiar a sua fuga indigna e a direita a exigir respeito e compreensão
por quem é suspeito de fuga ao Fisco e corrupção.
(…)
[Os defensores da democracia defendem] que
quem herda o poder o exerce melhor do que quem o conquista no voto. Tudo o que
vemos no Reino Unido e em Espanha o desmente.
(…)
Nenhum destes mitos sobreviveria ao
escrutínio das democracias modernas.
(…)
Nunca houve poder menos corrupto do que
o atual, porque nunca houve poder tão escrutinado.
(…)
E é por o poder ser transitório e nunca
hereditário que a República se regenera.
(…)
A superioridade republicana é a sua
humildade perante a fraqueza humana: as instituições não se confundem com
pessoas ou famílias.
Daniel
Oliveira, “Expresso” (sem link)
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