sábado, 29 de agosto de 2020

CITAÇÕES

Houve centenas de milhares de pessoas em Portugal que, tendo perdido o seu emprego, ficaram sem acesso a qualquer proteção social.

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A maior parte dos trabalhadores desempregados não tem proteção.

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E se é certo que o número de pessoas com subsídio de desemprego aumentou bastante, já a cobertura do subsídio social de desemprego é absolutamente risível.

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Não admira, por isso, que os desempregados sejam o grupo mais exposto à pobreza em Portugal e o único que diverge da tendência nacional de redução do risco de pobreza nas últimas décadas.

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À debilidade do subsídio de desemprego soma-se uma degradação das prestações de combate à pobreza.

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Os desempregados e os jovens adultos, o grupo social mais vulnerável à pobreza em Portugal, não tem no RSI uma medida capaz de lhes responder.

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Os trabalhadores independentes são praticamente excluídos de proteção social quando ficam sem atividade.

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[O problema de proteção social] não se resolve apenas com mais uma medida temporária, agora que os apoios extraordinários estão a acabar.

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Ninguém sem emprego ou sem atividade e que não tenha rendimentos deve ficar desprotegido.

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Nenhuma pessoa que trabalhou e descontou deve ter um apoio abaixo do limiar de pobreza.

José Soeiro, “Expresso”Diário

 

Que estratégias vamos adotar para preservar o emprego, o salário, a pensão, o Serviço Nacional de Saúde, a escola para todos?

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[Com a crise anterior] aprendemos que a contração do salário e da pensão contrai a economia e gera desemprego e emprego precário.

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Aprendemos que o desinvestimento nos serviços públicos (o hospital, a escola, o tribunal) tira aos de baixo rendimento e vida e nos torna mais desiguais e deslaçados como sociedade.

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Está a voltar em força o discurso de que a compressão dos salários (a começar pelo salário mínimo) é uma inevitabilidade.

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Os mesmos de sempre preparam-se para chamar de volta a austeridade chamando-lhe outra coisa qualquer.

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Cumprir o orçamento de 2020 antes de avançar para o de 2021, isso sim é um sinal de seriedade.

José Manuel Pureza, “Diário as beiras”

 

Durante seis meses, conscientemente, congelaram-se problemas à espera de melhores dias, o Estado foi chamado a prestar proteção reforçada e a assegurar rendimentos a muitos portugueses e, acima de tudo, a apoiar empresas.

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Os recursos são limitados e está na hora de fazer escolhas na perspetiva de se encetar um plano estratégico progressista para a saída da crise.

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No Orçamento do Estado para 2021, peça primordial de opções de longo alcance, essas escolhas devem estar refletidas.

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Entretanto, eleva-se o coro ensaiado por "destacadas" figuras do jornalismo e "líderes" de opinião, que visa colocar os trabalhadores e o povo português sob a batuta da austeridade.

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As reivindicações fundamentais de centenas de milhares de trabalhadores - dos setores público e privado - que perante os duros impactos da pandemia foram considerados essenciais e que continuam com salários de miséria e frágeis condições de trabalho devem ser cumpridas.

Carvalho da Silva, JN

 

Não deixem o bastonário ser político, nem permitam ao primeiro-ministro ser médico.

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Preocupa-me, isso sim, que partamos para uma nova fase de contingência global a 15 de setembro sem uma definição operacional clara sobre a responsabilidade sanitária nos lares.

Miguel Guedes, JN

 

Na resposta à maior crise das nossas vidas, o pior que podemos fazer é perder a calma e abraçar o medo.

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A última década tem as lições perfeitas a que temos de prestar atenção.

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A fadiga do capitalismo já era visível antes das últimas crises. No último meio século assistimos a uma longa tendência de queda da taxa de crescimento à escala mundial.

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[Durante o Governo de direita diziam que a] crise vinha dos salários que não merecíamos, de direitos que eram regalias, de serviços públicos pesados com “gorduras” que afundavam o orçamento nacional.

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A crise [anterior] foi a desculpa para o negócio, a teoria do choque que deu cobertura ao plano político em defesa de uma pequena elite, retirando o jogo económico da esfera democrática.

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[No governo da “geringonça”] não se foi tão longe quanto poderíamos ter ido, mas demos passos fundamentais que mostraram como uma política diferente pode ter resultados melhores.

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O “milagre” português passava por políticas diferentes daquelas que estavam a levar o mundo e a Europa à estagnação.

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Vir repescar ao fundo do baú as ideias que os “sacrifícios compensam” ou o “empobrecimento é redentor” choca com tudo o que foi positivo nos últimos anos.

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Mais direitos para as pessoas e a defesa do emprego mudando a legislação laboral não exige sequer mais orçamento.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

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