domingo, 30 de agosto de 2020

MAIS CITAÇÕES (97)

 O problema é que esta montanha-russa de bolsas que caíram e agora estão delirantes diz pouco sobre a economia e demasiado sobre a finança.

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Enquanto continuava o confinamento e a pandemia devastava os Estados Unidos, que superam agora os seis milhões de casos e as 180 mil mortes, as suas bolsas recuperaram, primeiro devagar, depois em ritmo alucinante.

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A Apple tornou-se a primeira empresa de todos os tempos a valorizar mais de dois biliões de dólares na bolsa, um décimo do PIB norte-americano.

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A euforia bolsista é, em alguma medida, um processo autossustentado, é uma avalancha.

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Como há pouco investimento, está disponível um mar de poupanças mundiais que procuram a especulação financeira.

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Está consolidada a certeza de que os Estados e os seus bancos centrais não deixam cair os bancos e agentes financeiros e, mais, que injetam liquidez sem limites.

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Segundo a “Forbes”, nos últimos 20 anos quadruplicou o número de pessoas com mais de mil milhões de dólares (são agora 2095).

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Os 1% de cima detêm 44% da riqueza mundial e é para eles que vai pelo menos metade do benefício desta valorização bolsista.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Para ser racista é melhor ser racista e meio.

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Abolir o imposto sobre o património? Tratar-se-ia de um rombo nas finanças públicas, em particular arruinando as autarquias, mas sobretudo de uma alteração de fundo na política fiscal.

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Trump foi mais direto, reduziu a taxa sobre os grandes rendimentos, mas também não se esqueceu de aliviar o seu imposto patrimonial (ele próprio beneficiou disso).

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A extrema-direita candidata-se a ser o braço armado do liberalismo. E isto nunca se viu.

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Chegou por isso a vez da convocação dos rufias para martelarem a liberalização ou até para varrerem os impostos sobre os milionários.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

A ceifa de vidas nos lares não é só uma falha do Estado, é uma falha do país.

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Vírus maldito que assim pôs a nu um sistema vulnerável de alojamento nacional de velhos.

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Com tanto dinheiro de Bruxelas que aí vem, por que razão não surge uma verdadeira estratégia de reabilitação nacional de lares de terceira idade?

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[A situação dos lares] é um espelho, espelho de um país em que muitos velhos são vistos como bigornas que pesam no Estado e nas famílias.

Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

 

Poucas coisas simbolizam tanto a doença de uma sociedade como o bairro de lata.

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O problema é social e tem um nome simples: pobreza.

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O bairro de lata não é uma doença que se cure; é o sinal de um problema maior que dá a volta à governação toda de um país.

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O bairro de lata não é uma doença que se cure; é o sinal de um problema maior que dá a volta à governação toda de um país.

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[O Portugal dos condomínios de luxo e dos vistos gold] é o mesmo país que vira hipocritamente a cara aos seus bairros de lata.

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[Há que] atacar o problema no ponto onde ele nasce: na desigualdade, na pobreza e na exclusão.

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Um bairro de lata é uma violência todos os dias que se pode tornar violento de um dia para o outro.

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O bairro de lata é a expressão alarmante dos erros mais graves que persistentemente minaram as prioridades políticas sucessivas do país.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

É má ideia dar poderes de fiscalização sobre o Estado a uma ordem profissional.

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[As ordens] transformam-se em sindicatos únicos de inscrição obrigatória, reguladores dos profissionais e fiscalizadores de entidades públicas e privadas.

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Assistimos à lenta substituição do Estado democrático, sujeito ao escrutínio de todos, pelo Estado corporativo, em que elites profissionais capturam as funções públicas para seu benefício.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A crise pandémica deveria levar-nos a questionar profundamente a legitimidade de sistemas legais, ou de sistemas paralelos em que protagonistas privados têm mais poder do que os estados-nação, que favorecem as entidades mais poderosas.

Helena Lopes, “Público” (sem link)


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