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Na terra de todas as oportunidades, pátria da democracia, pregoeira dos direitos humanos (quando convém) mas também berço do neoliberalismo e seu expoente máximo, quinze por cento da sua população vive com ajuda alimentar. De facto, uma notícia quase escondida no “Publico” de hoje dá-nos conta que cerca de 46 milhões de norte-americanos “recebeu ajuda governamental para adquirir comida ao longo deste ano”. Uma ajuda que é “dada através de vales que podem ser trocados por bens alimentares considerados de primeira necessidade” não se dê o caso de os pobres gastarem mal o dinheiro… Para poderem aceder a esta ajuda, as famílias têm de provar não possuírem rendimentos ou poupanças até um determinado montante.
É óbvio que uma notícia deste tipo, com valores tão elevados, é a demonstração do falhanço do capitalismo na sua versão mais radical que agora nos domina. O sistema gera cada vez mais desigualdades como todos os dias constatamos. Se uma situação destas fosse amplamente comentada e debatida em toda a comunicação social iria abrir os olhos dos mais atingidos pela injustiça social. Em vez disso, fornecem-se doses maciças de entorpecentes, de que o futebol é um dos exemplos, para ir entretendo a plebe, desviando a sua atenção dos problemas graves que, de facto, a afectam. Ai dos ricos e poderosos se, um dia os pobres descobrem, de vez, a ponta da meada que os mantêm manietados!
Luís Moleiro
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