Foi uma notícia pouco divulgada no último fim-de-semana, aquela que refere as críticas de D. José Policarpo, Patriarca de Lisboa, aos que contestam as medidas impostas pela troika. O discurso do Cardeal dirigia-se, em especial, aos sindicatos que, segundo ele, pertencem ao grupo que coloca o interesse individual acima do interesse nacional. «Está a fazer-me muita confusão ver, neste anúncio das medidas difíceis que até nos foram impostas por quem nos emprestou dinheiro, que os grupos estejam a fazer reivindicações grupais, de classe, não gosto», afirmou numa homilia celebrada em Alvorninha, Caldas da Rainha.
Convém aqui recordar também afirmações de D. José Policarpo, logo após o anúncio do primeiro-ministro da adopção de um imposto extraordinário em sede de IRS, equivalente a 50% do subsídio de Natal no excedente do salário mínimo nacional. «Todos nós devemos estar preparados para as medidas equilibradas que nos forem apresentadas para recuperar Portugal. Temos de colaborar com o Governo para que seja possível cumprir os nossos compromissos externos e possamos pôr Portugal a funcionar com esperança, vitalidade e genica», argumentou. E, para que não restassem dúvidas ao apoio a tão agressiva medida para os portugueses, fez questão de classificar a medida como «equilibrada».
Às tomadas de posição do cardeal somos levados a juntar o «apelo especial» dirigido por Passos Coelho aos sindicados no sentido de estes calarem a contestação à multidão de medidas gravosas que atingem, de um modo particular, as classes mais desfavorecidas. Quem disse que não há coincidências?...
Ao ignorar o aumento do desemprego, da precariedade, das desigualdades sociais e da redução do salário que se traduz no crescimento do fosso entre ricos e pobres, a Igreja, pela voz do seu principal representante em Portugal, faz a sua opção de classe em favor dos interesses dos grupos privilegiados, dando apoio político claro a medidas de um governo de direita. Como sempre!
Felizmente há muitas excepções a este comportamento, se tivermos em conta os níveis mais baixos da hierarquia católica.
Luís Moleiro
Convém aqui recordar também afirmações de D. José Policarpo, logo após o anúncio do primeiro-ministro da adopção de um imposto extraordinário em sede de IRS, equivalente a 50% do subsídio de Natal no excedente do salário mínimo nacional. «Todos nós devemos estar preparados para as medidas equilibradas que nos forem apresentadas para recuperar Portugal. Temos de colaborar com o Governo para que seja possível cumprir os nossos compromissos externos e possamos pôr Portugal a funcionar com esperança, vitalidade e genica», argumentou. E, para que não restassem dúvidas ao apoio a tão agressiva medida para os portugueses, fez questão de classificar a medida como «equilibrada».
Às tomadas de posição do cardeal somos levados a juntar o «apelo especial» dirigido por Passos Coelho aos sindicados no sentido de estes calarem a contestação à multidão de medidas gravosas que atingem, de um modo particular, as classes mais desfavorecidas. Quem disse que não há coincidências?...
Ao ignorar o aumento do desemprego, da precariedade, das desigualdades sociais e da redução do salário que se traduz no crescimento do fosso entre ricos e pobres, a Igreja, pela voz do seu principal representante em Portugal, faz a sua opção de classe em favor dos interesses dos grupos privilegiados, dando apoio político claro a medidas de um governo de direita. Como sempre!
Felizmente há muitas excepções a este comportamento, se tivermos em conta os níveis mais baixos da hierarquia católica.
Luís Moleiro
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