É um privilégio dos portugueses terem quase todos os dias à sua disposição num jornal de grande audiência um texto assinado por um escritor com o cariz de Manuel António Pina (MAP). Muitos de nós gostaríamos de ter um décimo do seu talento para escrever.
A prosa da autoria de MAP que hoje vem inserida no JN constitui mais uma denúncia da democracia de baixa intensidade que há décadas se vive na Madeira e que nenhum governo da República tem sido, até agora, capaz de enfrentar. São palavras desenhadas com uma mestria inigualável. Poucas mas de grande significado.
A Lei a Oeste de Pecos
“A Madeira é, com a cumplicidade dos sucessivos governos da República, uma espécie de "offshore" privado do PSD regional e de Alberto João Jardim, o seu Profeta, onde leis e políticas gerais do país pouco ou nada valem e a própria democracia, realizando o velho sonho irónico da dra. Ferreira Leite, se encontra há décadas suspensa.
Enumerar todas as tropelias que fazem da Madeira de Jardim um "study case" ilustrativo da céptica definição de Borges de sistema democrático, o de "arbítrio provido de urnas eleitorais", é mais problemático do que a Hércules foi capturar o Javali de Erimanto. Do mesmo modo, a mítica dívida da Região trepa mais velozmente Orçamento acima, aos saltos de milhões de cada vez, que a Corça de Cornos de Ouro e saneá-la afigura-se trabalho maior que limpar os estábulos de Áugias.
A este 13º trabalho, limpar os estábulos da dívida madeirense ( 963,3 milhões em finais de 2010), se tem inutilmente dedicado o Tribunal de Contas (TC), que descobriu agora que boa parte dos milhões para a reconstrução da ilha na sequência do temporal do ano passado foi afinal ter a "despesas de funcionamento". Já há um mês, o mesmo TC apurara que só 29,5% dos 191,3 milhões arrecadados pela Madeira no âmbito da Lei de Meios foram efectivamente utilizados na reconstrução.
Diz o TC que tudo isso (e não só) "ofende" não sei quantas leis. O TC ignora que, a Oeste de Pecos, é Alberto João Jardim a Lei.”
A prosa da autoria de MAP que hoje vem inserida no JN constitui mais uma denúncia da democracia de baixa intensidade que há décadas se vive na Madeira e que nenhum governo da República tem sido, até agora, capaz de enfrentar. São palavras desenhadas com uma mestria inigualável. Poucas mas de grande significado.
A Lei a Oeste de Pecos
“A Madeira é, com a cumplicidade dos sucessivos governos da República, uma espécie de "offshore" privado do PSD regional e de Alberto João Jardim, o seu Profeta, onde leis e políticas gerais do país pouco ou nada valem e a própria democracia, realizando o velho sonho irónico da dra. Ferreira Leite, se encontra há décadas suspensa.
Enumerar todas as tropelias que fazem da Madeira de Jardim um "study case" ilustrativo da céptica definição de Borges de sistema democrático, o de "arbítrio provido de urnas eleitorais", é mais problemático do que a Hércules foi capturar o Javali de Erimanto. Do mesmo modo, a mítica dívida da Região trepa mais velozmente Orçamento acima, aos saltos de milhões de cada vez, que a Corça de Cornos de Ouro e saneá-la afigura-se trabalho maior que limpar os estábulos de Áugias.
A este 13º trabalho, limpar os estábulos da dívida madeirense ( 963,3 milhões em finais de 2010), se tem inutilmente dedicado o Tribunal de Contas (TC), que descobriu agora que boa parte dos milhões para a reconstrução da ilha na sequência do temporal do ano passado foi afinal ter a "despesas de funcionamento". Já há um mês, o mesmo TC apurara que só 29,5% dos 191,3 milhões arrecadados pela Madeira no âmbito da Lei de Meios foram efectivamente utilizados na reconstrução.
Diz o TC que tudo isso (e não só) "ofende" não sei quantas leis. O TC ignora que, a Oeste de Pecos, é Alberto João Jardim a Lei.”
Sem comentários:
Enviar um comentário