sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

MULTINACIONAIS, EMANAÇÕES DO GRANDE CAPITAL



As empresas multinacionais ou transnacionais, na sua designação mais moderna, são empresas que têm sede num determinado país e possuem filiais noutros países, essencialmente em busca de energia, matéria-prima e mão-de-obra baratas assim como de mercado consumidor. Outra das características destas empresas é produzirem cada parte de um produto em países diferentes, com o objectivo de reduzirem os custos de produção.
Ainda que as multinacionais gerem algum emprego e desenvolvimento nos países onde se instalam, a verdade é que a maioria dos lucros obtidos vão parar às sedes (usando muitas vezes manobras pouco claras) e criar riqueza nos países de origem. Mas, pior do que isto, é a interferência politica nos países onde se estabelecem, manobrando e corrompendo governos em seu favor e contra os interesses das populações locais. Muitas guerras têm eclodido por todo o mundo por via dos obscuros interesses das multinacionais.
No texto seguinte assinado pelo nosso camarada Rui Curado da Silva no Diário as beiras de ontem, é feita referência, de forma sintética, às “habilidades financeiras” e “truques comerciais” das multinacionais mas muito mais há que dizer sobre estas emanações do poder económico e financeiro.
Foi noticiado que Zuckerberg iria doar 99% da sua participação na Facebook para apoiar crianças carenciadas. Na verdade, Zuckerberg transferiu a sua fortuna para a fundação Chan- Zuckerberg que pertence à sua própria família. Esta fundação não tem estatuto de instituição caritativa, logo Zuckerberg não está obrigado a atividades filantrópicas, podendo investir no que quiser. Poderá transferir para a fundação os lucros da sua participação na Facebook escapando aos impostos e a sua família poderá herdar a sua fortuna via fundação sem ser taxada. Não é novidade, a fundação de Bill Gates funciona em moldes muito similares.
Para além destas habilidades financeiras, as multinacionais praticam muitos truques comerciais. É conhecido que a água e o pão são colocados no ponto mais distante da entrada das grandes superfícies para fazer o cliente passar por todos os corredores de produtos de que não necessita. As multinacionais de eletrodomésticos abusam da longevidade programada. Introduzem condensadores estratégicos que avariam ao fim de dois ou três anos. Calças e camisolas de marca são hoje fabricadas com menos espessura de tecido, mas o preço mantém-se. Outras vezes, este vestuário de baixa qualidade é introduzido apenas em promoções com etiquetas de redução que são fictícias.
Truques a ter em conta nesta época natalícia e a ponderar com a oferta local.

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