As
empresas multinacionais ou transnacionais, na sua designação mais moderna, são
empresas que têm sede num determinado país e possuem filiais noutros países,
essencialmente em busca de energia, matéria-prima e mão-de-obra baratas assim
como de mercado consumidor. Outra das características destas empresas é
produzirem cada parte de um produto em países diferentes, com o objectivo de
reduzirem os custos de produção.
Ainda
que as multinacionais gerem algum emprego e desenvolvimento nos países onde se
instalam, a verdade é que a maioria dos lucros obtidos vão parar às sedes (usando
muitas vezes manobras pouco claras) e criar riqueza nos países de origem. Mas,
pior do que isto, é a interferência politica nos países onde se estabelecem,
manobrando e corrompendo governos em seu favor e contra os interesses das
populações locais. Muitas guerras têm eclodido por todo o mundo por via dos
obscuros interesses das multinacionais.
No
texto seguinte assinado pelo nosso camarada Rui Curado da Silva no Diário as
beiras de ontem, é feita referência, de forma sintética, às “habilidades
financeiras” e “truques comerciais” das multinacionais mas muito mais há que
dizer sobre estas emanações do poder económico e financeiro.
Foi
noticiado que Zuckerberg iria doar 99% da sua participação na Facebook para
apoiar crianças carenciadas. Na verdade, Zuckerberg transferiu a sua fortuna
para a fundação Chan- Zuckerberg que pertence à sua própria família. Esta
fundação não tem estatuto de instituição caritativa, logo Zuckerberg não está
obrigado a atividades filantrópicas, podendo investir no que quiser. Poderá
transferir para a fundação os lucros da sua participação na Facebook escapando
aos impostos e a sua família poderá herdar a sua fortuna via fundação sem ser
taxada. Não é novidade, a fundação de Bill Gates funciona em moldes muito
similares.
Para
além destas habilidades financeiras, as multinacionais praticam muitos truques
comerciais. É conhecido que a água e o pão são colocados no ponto mais distante
da entrada das grandes superfícies para fazer o cliente passar por todos os
corredores de produtos de que não necessita. As multinacionais de
eletrodomésticos abusam da longevidade programada. Introduzem condensadores
estratégicos que avariam ao fim de dois ou três anos. Calças e camisolas de
marca são hoje fabricadas com menos espessura de tecido, mas o preço mantém-se.
Outras vezes, este vestuário de baixa qualidade é introduzido apenas em
promoções com etiquetas de redução que são fictícias.
Truques a ter em conta nesta
época natalícia e a ponderar com a oferta local.
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