domingo, 13 de dezembro de 2015

NEOLIBERALISMO RADICAL FAZ CRESCER DESIGUALDADES


Pelo que vai acontecendo por todo o mundo, chega-se facilmente à conclusão de que uma das consequências (não a menor) do domínio absoluto do neoliberalismo mais radical sobre a economia e sobre a vida das pessoas, é “o esmagamento da classe média e o aumento das desigualdades” a nível de todo o planeta. Infelizmente trata-se de mais uma confirmação de que a riqueza se está a concentrar cada vez mais numa pequena minoria em detrimento do grosso da população que vê os seus rendimentos cada vez mais reduzidos.
O pequeno texto seguinte assinado por Nicolau Santos (NS) no Expresso Economia de ontem, diz respeito ao que acontece nos Estados Unidos da América mas facilmente poderia se extrapolado para Portugal, eventualmente com diferenças mínimas. Trata-se de uma notícia indesejável, sobretudo, para a democracia.
Um estudo divulgado pelo “Financial Times” mostra que, pela primeira vez desde há 45 anos, a classe média norte-americana (entre 46 mil e 126 mil dólares) é agora menor do que a soma dos que têm os mais baixos salários e os mais altos rendimentos. Em 1971 a classe média representava 61% do rendimento, em 2015 só 50%. A classe de rendimentos mais baixos (menos de 31 mil dólares) passou de 16% para 20%. A de rendimentos baixos (entre 31 mil e 42 mil dólares) manteve o mesmo peso: 9%. Em contrapartida, a classe de rendimentos mais altos (entre 126 mil e 188 mil dólares) aumentou ligeiramente (de 10% para 12%). Quem cresceu mais foram os mais ricos (mais de 188 mil dólares), que mais do que duplicaram: de 4% para 9%. Explicação: as forças da mudança tecnológica e da globalização estão a conduzir ao esmagamento da classe média e ao aumento das desigualdades. É a tendência que está a acontecer por todo o mundo. Para a economia não é uma boa notícia. Mas para a democracia também não.

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