Se
é certo que ninguém quer perder o avanço tecnológico, levanta-se “a questão de
se saber até
que ponto estarão as sociedades contemporâneas, política, social e
economicamente, preparadas para se reorganizarem, acolhendo
modificações, ao mesmo tempo que garantem equidade sem que obstruam o
progresso”.
Esta problemática ainda é pouco
discutida na sociedade portuguesa mas o seu impacto vai começar a fazer-se
sentir em força dentro de poucos anos. Uma das questões que ainda não tem uma
resposta cabal é sobre o impacto que a utilização de robôs terá na Segurança Social.
O Correio da Manhã (CM) foi
questionar o economista da CGTP, Eugénio Rosa (ER) sobre esta problemática, com o
seguinte resultado:
CM – Substituir pessoas por robôs vai conduzir á insustentabilidade da
Segurança Social?
ER – Não acredito que seja
assim. Levam à destruição de emprego em larga escala, mas se há uma utilização em
massa de robôs, depois esses robôs não compram produtos. Não têm rendimentos, poder
de compra.
CM – Como será gerida essa
revolução industrial?
ER – Hoje em dia há alterações
que vão acontecendo, que achamos naturais e vamos incorporando. Mas há alterações
que destroem emprego, como a digitalização da banca. Esquecem as consequências sociais.
Se pensarmos nas pessoas, encontramos soluções sem colocar entraves na
evolução.
CM – Que soluções?
ER – Defendo que os descontos
sejam calculados não com base nos salários, mas na riqueza líquida criada pelas
empresas.
CM – Há estudos a defender
que os robôs possam ter de pagar à Segurança Social.
ER – E outros que defendem um
rendimento garantido para assegurar sobrevivência. As desigualdades, de tão
grandes podem levar a uma implosão social.
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