sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

ROBÔS E SEGURANÇA SOCIAL


Esta problemática ainda é pouco discutida na sociedade portuguesa mas o seu impacto vai começar a fazer-se sentir em força dentro de poucos anos. Uma das questões que ainda não tem uma resposta cabal é sobre o impacto que a utilização de robôs terá na Segurança Social.
O Correio da Manhã (CM) foi questionar o economista da CGTP, Eugénio Rosa (ER) sobre esta problemática, com o seguinte resultado:
CM – Substituir pessoas por robôs vai conduzir á insustentabilidade da Segurança Social?
ER – Não acredito que seja assim. Levam à destruição de emprego em larga escala, mas se há uma utilização em massa de robôs, depois esses robôs não compram produtos. Não têm rendimentos, poder de compra.
CM – Como será gerida essa revolução industrial?
ER – Hoje em dia há alterações que vão acontecendo, que achamos naturais e vamos incorporando. Mas há alterações que destroem emprego, como a digitalização da banca. Esquecem as consequências sociais. Se pensarmos nas pessoas, encontramos soluções sem colocar entraves na evolução.
CM – Que soluções?
ER – Defendo que os descontos sejam calculados não com base nos salários, mas na riqueza líquida criada pelas empresas.
CM – Há estudos a defender que os robôs possam ter de pagar à Segurança Social.
ER – E outros que defendem um rendimento garantido para assegurar sobrevivência. As desigualdades, de tão grandes podem levar a uma implosão social.

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