segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

DECISÃO DESAJUSTADA

Aqui está mais uma opinião de alguém da área do PSD, que não deixa margem para dúvidas em relação a decisões completamente desajustadas à situação do país e que poderão culminar com o nosso afastamento do euro e da Europa. É importante que mencionemos personalidades da área do Governo para se entender que não há qualquer espécie de radicalismo quando os partidos mais à esquerda do Parlamento fazem exactamente as mesmas críticas e antecipam o desastre que se prepara. No caso que transcrevemos a seguir trata-se de uma parte da crónica da responsabilidade de Pacheco Pereira que podemos ler na última edição da revista ‘Sábado’.

Um acordo inútil e perigoso
“Portugal prepara-se para assinar um acordo internacional, o chamado Pacto Orçamental, que não pode em nenhuma circunstância cumprir: obriga-se a não ultrapassar um défice estrutural de 0,5% e a ter uma dívida pública abaixo dos 60% do Produto Interno Bruto (PIB). O resto são sanções pesadas para os incumpridores, para os quais, no meio da nossa miséria, mais vale já prepararmo-nos. Porque o que assistimos, repito, é impossível de cumprir, a não ser deixando o país exangue, muito mais do que já está.
Tendo em conta aquilo que são os números do défice actual, já ameaçados pela má execução orçamental e dependentes de medidas extraordinárias como a incorporação dos fundos de pensão da banca, irrepetível por natureza, assim como pela dimensão da dívida que é impossível podermos reduzir para pouco menos de metade. Todos sabem disso, primeiro-ministro, ministro das Finanças, Governo, Presidente, etc. Para que é que assinamos um acordo que não podemos cumprir, como Alberto João jardim teve clareza de o dizer? Para ganhar tempo? Para quê, se esse tempo não pode ser usado para nos proteger do pior que aí vem, bem pelo contrário? Porque não podemos dizer que não a Merkel e Sarkozy? Talvez.
Seja com for, um pouco de lucidez deveria levar a perceber que este acordo que vamos assinar, sem debate público e como condenados no pelourinho, é o mecanismo ideal para afastar Portugal e Grécia do euro e da Europa, com o resto da Europa a lavar as mãos. Então eles não assinaram? O que é que esperam se não cumprirem? Daqui a algum tempo falamos de novo, quando toda a gente estiver a pôr as mãos na cabeça porque o défice e a dívida estão longe dos valores que “pactuámos”. Então é que vai ser um bom sarilho.”

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