Muitos portugueses foram enganados a 100% quando votaram maioritariamente na direita. Pensaram que, depois das infinitas trapalhadas dos governos PS e da falta de honestidade a todos os níveis demonstrada por Sócrates, bastava mudar as caras do executivo para que tudo corresse sobre rodas. Contudo, a dupla Coelho/Portas depressa se encarregou de desmentir essa ideia. Em pouquíssimo tempo se esqueceram as promessas feitas, deu-se o dito por não dito, baralhou-se tudo e voltou-se a dar. Passos Coelho rapidamente se revelou não menos mentiroso político que Sócrates deixando a certeza de que as promessas feitas antes constituíram uma manha pré-eleitora premeditada para a caça ao voto. Há uma agenda ideológica radical a cumprir e ele mentiu conscientemente.
Como hoje afirma Santana Castilho no Público, “o discurso de Odivelas é o melhor paradigma do espírito e da forma deste primeiro-ministro. O espírito fica-se pelos lugares comuns do maniqueísmo da moda: a preguiça de uns, versus o "empreendedorismo" de outros; os "descomplexados" contra os "autocentrados"; as cigarras piegas em oposição às formigas do pastel de nata. A forma alicerça-se numa retórica indigente, de semântica pobre e metáforas que, ao invés de mobilizarem os portugueses, ofendem e geram raiva”.
Mas foi na área da educação que o primeiro-ministro revelou que não está minimamente a par da “matéria”. “Passos Coelho foi pesporrente nas alusões ignorantes e atrevidas que fez. Ele olha para o sector como um mestre-escola de régua na mão. E os disparates que proferiu ajudaram a clarificar por que razão tudo se limita a reduzir despesa e operar pequenos liftings às políticas de Sócrates. Afinal, ele tem Crato como Merkel o tem a ele: para capacho. Basta ver algumas das últimas iniciativas, para ficarmos conversados:
1. Para responder às agressões bárbaras de que os professores são vítimas, os seres pensantes do PSD e CDS propuseram conferir autoridade policial aos professores, outorgando-lhes o direito de reter fisicamente os delinquentes. Se soubessem o que é uma escola e tivessem noção da diferença de força física entre as professoras (que constituem a esmagadora maioria do corpo docente) e os alunos, cada vez mais homens feitos (ensino obrigatório prolongado até os 18 anos), estavam calados.
2. Num alarde de estúpida burocracia, o mesmo ministério que apregoa a autonomia das escolas obriga-as a usar, em todas as comunicações, um único tipo de letra: o "Trebuchet MS", tamanho 10. Venha lá Crato explicar a razão científica.
3. O regime de autonomia e gestão das escolas vai ser revisto. É uma revolução para o sistema. Mantém tudo quanto Maria de Lurdes Rodrigues congeminou e acrescenta-lhe o que faltava para a perfeição: um bombeiro, um canalizador ou um polícia (sem desprimor para com estes profissionais) podem agora avaliar os directores das escolas portuguesas; num invejável avanço democrático, os professores passam a eleger os coordenadores de departamento de entre três colegas escolhidos pelos directores.”
Afinal, uma personalidade tão conhecedora da área da educação nas suas loas televisivas, Nuno Crato apenas faz figura de corpo presente no respectivo ministério, limitando-se a dar os améns aos disparates que pululam nas cabeças de Coelho/Portas.
Como hoje afirma Santana Castilho no Público, “o discurso de Odivelas é o melhor paradigma do espírito e da forma deste primeiro-ministro. O espírito fica-se pelos lugares comuns do maniqueísmo da moda: a preguiça de uns, versus o "empreendedorismo" de outros; os "descomplexados" contra os "autocentrados"; as cigarras piegas em oposição às formigas do pastel de nata. A forma alicerça-se numa retórica indigente, de semântica pobre e metáforas que, ao invés de mobilizarem os portugueses, ofendem e geram raiva”.
Mas foi na área da educação que o primeiro-ministro revelou que não está minimamente a par da “matéria”. “Passos Coelho foi pesporrente nas alusões ignorantes e atrevidas que fez. Ele olha para o sector como um mestre-escola de régua na mão. E os disparates que proferiu ajudaram a clarificar por que razão tudo se limita a reduzir despesa e operar pequenos liftings às políticas de Sócrates. Afinal, ele tem Crato como Merkel o tem a ele: para capacho. Basta ver algumas das últimas iniciativas, para ficarmos conversados:
1. Para responder às agressões bárbaras de que os professores são vítimas, os seres pensantes do PSD e CDS propuseram conferir autoridade policial aos professores, outorgando-lhes o direito de reter fisicamente os delinquentes. Se soubessem o que é uma escola e tivessem noção da diferença de força física entre as professoras (que constituem a esmagadora maioria do corpo docente) e os alunos, cada vez mais homens feitos (ensino obrigatório prolongado até os 18 anos), estavam calados.
2. Num alarde de estúpida burocracia, o mesmo ministério que apregoa a autonomia das escolas obriga-as a usar, em todas as comunicações, um único tipo de letra: o "Trebuchet MS", tamanho 10. Venha lá Crato explicar a razão científica.
3. O regime de autonomia e gestão das escolas vai ser revisto. É uma revolução para o sistema. Mantém tudo quanto Maria de Lurdes Rodrigues congeminou e acrescenta-lhe o que faltava para a perfeição: um bombeiro, um canalizador ou um polícia (sem desprimor para com estes profissionais) podem agora avaliar os directores das escolas portuguesas; num invejável avanço democrático, os professores passam a eleger os coordenadores de departamento de entre três colegas escolhidos pelos directores.”
Afinal, uma personalidade tão conhecedora da área da educação nas suas loas televisivas, Nuno Crato apenas faz figura de corpo presente no respectivo ministério, limitando-se a dar os améns aos disparates que pululam nas cabeças de Coelho/Portas.
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