quinta-feira, 8 de novembro de 2012

AS CRÍTICAS DO PS

É cada vez mais improvável que o actual Governo complete a legislatura. Sente-se isso em cada dia que passa. Quanto mais tarde a coligação de direita permanecer no poder, mais vai vendendo ao estrangeiro bocados preciosos do país, mais o desemprego e a miséria aumentam. Esta perece ser uma ideia assente para a maioria dos portugueses. Tendo como pano de fundo a situação actual, começamos a ouvir muita gente do PS a pedir a demissão do governo, com argumentos que são de todo válidos mas em relação aos quais devemos estar atentos, conhecendo-se o passado recente. É bom não esquecer que o PS é co-responsável pelo agravamento da crise que assola o país na medida em que foi dando cobertura a muitos actos da coligação Passos/Portas que nos conduziram à situação actual, além de ter assinado o memorando da troika.

São estes os pressupostos que devemos ter em conta quando ouvimos ou lemos críticas contundentes ao governo. É o caso do artigo de opinião que transcrevemos do “Diário de Coimbra” de hoje, da autoria de um escritor “socialista”, com funções autárquicas, António Vilhena.


Refundação

A primeira ironia desta palavra remete-me para uma “fundição”, ou seja, um lugar onde os materiais e fundem, passando do estado sólido a líquido, para depois aparecerem com novos formatos, mas onde a essência se esconde, não vá o diabo tecê-las. Numa fundição tudo é derretido para dar lugar a coisas novas d coisas velhas. Vem isto a propósito do primeiro-ministro ter defendido recentemente a “refundação” do Estado. Admito que ele soubesse exatamente o que quis dizer quando, com toda a solenidade e voz troante, afirmou de sua altiva sapiência uma “revolução” à sua maneira, para pôr nos eixos os “bandidos” que teimam em ter memória e defenderem a Segurança Social, a Saúde e a Justiça. O que o primeiro-ministro quis dizer aos “iletrados” deste país, que tem o melhor povo do mundo, é que os interesses estrangeiros, os usurários especulativos esperam ganhar, ainda, mais dinheiro com a OPA lançada sobre os portugueses. Para isso, é necessário derreter o que falta da nossa democracia moderna para dar lugar a uma colónia de férias de alemães. Derreter o que de melhor Portugal conseguiu, lançar na miséria milhares de famílias, precarizando as vidas de todos sem excepção,, eis o que a palavra “refundação” significa quando é soletrada por Passos Coelho. As intenções escondidas deste primeiro-ministro são autênticos barris de hostilidade, declarações de guerra que exigem músculo do povo. Quando Mário Soares não se inibe em pedir a demissão deste governo, os dados estão lançados. Ninguém acredita mais nestes ministros que são vaiados e insultados onde quer que se desloquem. Este governo está acantonado nos gabinetes, a “governar” o nosso país sob orientações estrangeiras sem escrúpulos e sem ética. Os governantes estão sem chama, desalentados e sem convicções. Este governo é um abcesso, está a deixar uma indisposição visível nos portugueses; corre sérios riscos de implodir antes de estar maduro. Para quem acena com o caos, com a mimetização da Grécia, o que diariamente se sente é que com este governo e por este caminho não vamos a lado nenhum: aumenta o desemprego e a miséria.

É preferível que este governo caia já! Quanto mais tarde pior. Quanto mais tarde mais ele vende Portugal a interesses estrangeiros, mais empresas declaram falência, mais portugueses têm de abandonar o país, mais estudantes deixam de estudar por falta de condições económicas, maior será o número de desempregados. Este governo é pouco patriótico. Agora até o ministro Nuno Crato nos acena com o modelo de ensino alemão. Esta medida deve estar nas entrelinhas do Memorando, só acessível a iluminados cheios de intenções germânicas. Talvez não seja por acaso. Com a visita da senhora Merkel a Portugal, é necessário dizer-lhe que somos “bons alunos”, cordatos e cordeiros. Este governo quer vender tudo a estrangeiros, privatizar tudo o que é rentável a privados e deixar o osso para os contribuintes. Se este governo não cair, Portugal entrará em rutura social. O primeiro-ministro está em conflito com todos. Não se pode governar contra os portugueses. Como não podemos todos mudar de país para que esta coligação litigante governe sem oposição, é preferível indicar a porta de saída a quem afunda Portugal e, assim, escolhermos quem nos respeita e nos honra. O pior deste governo é quando um filho pergunta ao pai:

- Pai, o Passos Coelho não tem pai para o ensinar a fazer bem as coisas?

Tive de explicar ao Rodolfo, que Passos Coelho sabe o que está a fazer: a empobrecer os portugueses.

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