sábado, 17 de novembro de 2012

PIOR É O QUE NOS ESPERA


A divergência e o contraditório são para a democracia como o ar que se respira. Só nas ditaduras é que, formalmente, tem que se estar sempre de acordo com o chefe e não é possível apontar-lhe erros ou contradições.

Perante a chanceler Merkel, foi muito deselegante da parte do Primeiro-Ministro (PM) a recriminação dos jornalistas que criticam e discordam das opções políticas e ideológicas do Governo quando chamam a atenção para os erros de monta que estão a ser cometidos. A atitude de Passos Coelho tem um cariz fortemente antidemocrático e é de enorme gravidade.

Partindo das afirmações do PM e usando um tom irónico, Nicolau Santos vem dizer-nos que quando chegar 2013 vamos ter saudades deste ano.


ISTO ATÉ NEM ESTÁ MAL, DR. PASSOS (*)

O primeiro-ministro lamentou que os jornais só deem notícias negativas, em vez de sublinhar o que está a correr bem. Gostaria de dar o meu contributo para mudar a opinião do primeiro-ministro, começando por sublinhar que o Orçamento de Estado para 2012 é muito bom quando comparado com o que será o de 2013. O nível de impostos que pagamos atualmente é muito mais favorável do que aquele que vamos pagar no próximo ano. Hoje, há “apenas” 1 milhão de desempregados. Para o ano, haverá certamente bastante mais. Atualmente, há 3 milhões de portugueses pobres que vivem com €16 por dia; desses, 2 milhões são considerados indigentes, pois têm menos de €14 por dia. Para o ano, a situação será certamente pior. O Estado social ainda está menos mal. Para o ano estará pior, com o corte de €4 mil milhões que o Governo se propõe fazer. Este ano só houve uma manifestação violenta à porta da Assembleia da República. Para o ano é capaz de haver mais.

(*) Expresso Economia

Sem comentários:

Enviar um comentário