O Público insere na sua
edição impressa de hoje (13/5/2013) uma entrevista com os coordenadores do
Bloco de Esquerda, Catarina Martins (CM) e João Semedo (JS). Deixamos aqui
algumas afirmações que merecem o nosso destaque nessa entrevista.
JS - Quem está mais português suave é o PS
CM - Nós aprovámos na convenção uma ideia bastante clara, que é
a do trabalho do BE para a criação de um governo de esquerda com base num
programa claro, que passa por rejeitar o memorando da troika.
JS - À esquerda, o que está verdadeiramente em aberto é saber se
a centralidade de uma alternativa de esquerda passa pelo PS ou se passa pela
esquerda à esquerda do PS.
JS - Se o Alexandre O"Neill fosse vivo e lhe pedissem um
comentário ao congresso do PS, acho que ele diria, como disse, "foi uma
coisa em forma de assim".
JS - A principal questão que hoje define um governo é a posição
relativamente à dívida.
JS - O pagamento da dívida é uma fantasia, com recessão e sem
economia não se paga dívida nenhuma.
JS - Aceitaremos integrar todo e qualquer governo que tenha um
programa que liberte o país da austeridade, da troika, da dívida e da recessão.
CM - O caminho da austeridade tem provocado recessão nos países,
aumenta o peso da dívida e aproxima os países da bancarrota. Portugal está hoje
mais próximo da bancarrota.
JS - Acho que há [despesa pública que se pode cortar] mas não
como a direita diz, cortar no Estado social e reduzir a administração central
aos mínimos dos mínimos.
JS - Parece-me que não há nenhuma divergência de fundo entre o
CDS e o PSD.
JS - Nós não defendemos a saída do euro, achamos que não é a
solução de que o país precisa, mas não podemos dizer que um governo de
esquerda, que olhe para a dívida como nós olhamos, não seja obrigado a equacionar
essa solução.
JS - O BE faz falta à Câmara de Lisboa. Independentemente do
resultado, estou muito convencido de que vou ser eleito e de que o BE vai
ganhar as eleições em Salvaterra de Magos.
JS - As pessoas não perceberiam se houvesse um momento em que a
esquerda tivesse oportunidade de governar e não governasse.
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