O trabalho continuará a
ser, por muito tempo, o elo fundamental na cadeia de relações que fazem
funcionar a sociedade.
(…)
A desvalorização e o
desequilíbrio de poderes nas relações de trabalho que em Portugal se acentuou
desde 2002 e que o anterior Governo, na sua radicalidade antilaboral,
aprofundou como estratégia nacional, é um caldo de cultura, de desesperança e
de conflitualidade.
(…)
Não há democracia sem
sindicatos estruturados, representativos e ativos.
(…)
O imediatismo não pode
vencer o debate sério dos problemas.
Trabalhamos hoje em Portugal 1722 horas
por ano mas na Alemanha ficam-se pelas 1356.
(…)
A introdução da idade da reforma foi
também uma das formas de limitar o tempo real de trabalho.
(…)
Esta ideia de aumentar a idade da
reforma procura reverter uma conquista civilizacional.
(…)
[A idade da reforma] é de 60 anos na Coreia
do Sul, 61 na Suécia, 65 no Reino Unido, 65 e 7 meses na Alemanha, 67 anos na
Itália, a caminho dos 67 em Portugal.
(…)
O facto é que os 69 ou os 80 anos são
espantalhos para assustar.
(…)
Ao sistema financeiro só interessa mesmo
é o dinheirinho: como garantia das suas rendas elevadas exige sempre a
ampliação da acumulação, precisa de captar os descontos dos trabalhadores, que
são o maior ativo financeiro do mundo que ainda lhe escapa parcialmente.
Francisco Louçã,
Expresso Economia (sem link)
Como acabaremos por descobrir, os
coletes amarelos não têm de chegar sempre de colete e muito menos de amarelo.
Pedro Adão e
Silva, Expresso (sem link)
[Em Portugal, o sindicalismo] sempre
teve a vantagem de se basear numa solidariedade de classe entre trabalhadores e
não numa pertença a um grupo profissional
(…)
Sindicatos que acreditam na
solidariedade entre trabalhadores e patrões que acreditam na negociação ficarão
mais frágeis perante pequenos grupos de interesse.
(…)
Qualquer greve que ignore a
solidariedade de classe e faça mal ao sindicalismo é uma greve injusta.
Daniel Oliveira,
Expresso (sem link)
A imprevisibilidade da política tem par
na imprevisibilidade do que levanta o país do sofá.
Pedro Santos
Guerreiro, Expresso (sem link)
É mais verdadeiro dizer que, tendo
protagonistas, a «Crise» [Académica de 1969] foi vivida sobretudo em coletivo e
de uma forma muito plural.
(…)
[A crise estudantil de 1969 representou]
um espaço de enorme importância e de ousadia no combate pelo fim da ditadura,
tendo abalado o regime caduco do Estado Novo e servido de exemplo para o país.
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