In Revista E, Expresso
Nos anos 40, o Forte de
Peniche, prisão política do salazarismo, albergou duas mulheres: Teresa Marques
e Maria de Jesus. Cadeia de homens, a prisão da PIDE guardou esse segredo até
hoje. Ninguém acredita que tenha sido possível. O crime destas mulheres foi
terem-se revoltado contra a requisição de cereais que o Estado levou a cabo na
sua aldeia.
Foi naquele Verão quente de
1942, em que as intempéries se acalmavam, que Maria de Jesus e Teresa Marques se
juntaram na organização de uma rebelião. Uma revolta popular que se estendeu a
toda a população de Souto da Carpalhosa e arredores. A polícia calculava,
então, que estariam 600 pessoas em protesto.
A fome grassava na região.
Arranjar que comer era cada vez mais difícil. Os trabalhadores do campo sabiam
que os cereais eram indispensáveis para a farinha que os alimentaria. Por isso,
quando se aperceberam de que os cereais, fruto do seu trabalho, iam ser levados
para fora do Souto, saíram para a rua e reclamaram. Estavam contra a saída dos
cereais. (Revista E)
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