Da
entrevista de Catarina Martins que veio à estampa na edição do “Expresso” deste
sábado, respigámos algumas ideias fortes que deixamos a seguir:
- A solução de regate de resgate através
do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE) é muito parecida com as da troika.
- Se aceitarmos um fundo de regate que
tem como contrapartida medidas de austeridade, o que estamos a dizer é que
vamos juntar crise à crise.
- Os países precisam de capacidade para
apoiar salários e fazer muito investimento público.
- [Portugal tem o problema de ter] um
ministro das Finanças que é presidente do Eurogrupo, aliado com o Governo
alemão, a querer condicionalidades. Isso fragiliza o país e não é uma posição
sustentável.
- Não há condicionalidade que seja
aceitável, porque é contraproducente.
- Recuso que se volte à lógica da
troika.
- O que defendemos é a compra direta de
dívida do BCE.
- O Governo alemão quer repetir a receita
de 2008, que foi desastrosa, ainda que agora use palavras diferentes.
- A única forma de ultrapassarmos a
recessão é não termos políticas de austeridade e o Estado aparecer com
políticas contracíclicas para garantir emprego, salário, investimento.
- A resposta a uma crise nunca é o
Estado juntar crise à crise.
- Pela parte do BE, não faltará maioria
para que o Estado seja um agente para sairmos da crise, e não para nos empurrar
mais.
- A próxima fase [retoma] vai exigir
muito investimento público e uma estratégia que não passe por o turismo ter
este peso no PIB.
- As medidas de contenção só podem ser
aliviadas quando o número de casos deixar de crescer e for relativamente
pequeno.
- Temos feito muitas reuniões [com o
Governo], que juntam grupos de trabalho em várias áreas. O Governo já corrigiu
apoios a trabalhadores independentes; aceitou que sócios-gerentes tivessem
apoio; a suspensão dos despejos é muito importante; nos despedimentos, a
solução está muito longe do que o BE defende, mas a forma como a Autoridade
para as Condições de Trabalho passa a agir é uma reivindicação de sempre, e
houve correções ao layoff.
- Quando um partido [PSD] diz que não
apresenta propostas e que vota contra todas, está a demitir-se da sua função.
- A banca, neste momento, não tem risco
nenhum. Portanto, não tem de cobrar comissões, spreads altos e distribuir
dividendos.
- Mau negócio para o Estado, é ficar
constantemente com as perdas da banca sem impor regras.
- O Estado deve ter poder sobre as
empresas estratégicas.
- Tenho muita dificuldade em compreender
como é que alguém pode defender [o congelamento dos aumentos dos funcionários
públicos].
- O BE não aceitou austeridade em 2011 e
não vai aceitar em 2021.
- Devo dizer que o facto de
Centeno apoiar o Governo alemão é lamentável e não me descansa.
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