domingo, 12 de abril de 2020

MAIS CITAÇÕES (77)


Hoje é indiscutível a importância da saúde pública no combate a epidemias.
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Sabemos que um Serviço Nacional de Saúde e sem medidas de apoio social o mapa da tragédia seria o das fronteiras sociais como no tempo da peste bubónica.
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Ricardo Jorge ajudou-nos a perceber uma epidemia e como o serviço público de saúde é uma condição da democracia.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

Para as pessoas voltarem ao trabalho quando for necessário temos de reduzir a ansiedade.
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Mesmo com uma acentuada quebra dos infetados, os pais não permitirão que os seus filhos voltem à escola.
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Por falta de apoio médico, por doses cavalares de ansiedade, por falta de exercício, pelo isolamento insano, pela rapidíssima degradação das condições socioeconómicas de centenas de milhares de famílias, a saúde dos portugueses degradou-se brutalmente neste mês.
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Só uma total inconsciência em relação à crise que nos espera pode achar que, no inverno, estaremos em condições sociais para repetir o que fizemos este mês.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

Se há, para já, quem escape aos efeitos materiais da pandemia, não há quem não dê conta de angústias profundas face a um tempo que se anuncia incerto.
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A sociedade portuguesa, mesmo que em trajetória de recuperação económica e do emprego, continua a ter nas desigualdades uma marca estrutural.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

A pandemia reforça inicialmente a popularidade de líderes políticos, mas só permanece se existir confiança nas instituições.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

No atual quadro de mobilidade massiva de pessoas, a par da presença consolidada de comunidades imigrantes em território nacional, o SEF tornou-se um instrumento de criminalização que não defende os direitos, liberdades e garantias.
Mamadou Ba, “Expresso” (sem link)

A escassez de recursos com que serviços de saúde se debateram no combate ao vírus escancarou os efeitos do desinvestimento nos sistemas de saúde ditado pelas políticas de austeridade e pelas boas práticas neoliberais.
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Face ao ataque do novo coronavírus, é para o Estado que se voltam todas as angústias e todas as esperanças.
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E é ainda para o Estado que se viram todas as expectativas na procura de respostas à devastação da economia.
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Hoje, apela-se ao regresso da intervenção do Estado na economia, volta-se a falar de nacionalizações em sectores estratégicos, reclama-se uma nova regulamentação da finança.
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Estas semanas de estado de emergência suscitam já alguns alarmes. O caso de Orbán, que conseguiu, à sombra da crise pandémica, reunir poderes virtualmente ilimitados tem sido muito apontado como um alerta.
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As medidas de apoio reclamadas pelas empresas escapam a qualquer controlo efectivo e em muitos casos beneficiam sobretudo os grandes grupos. A especulação prospera.
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As medidas de emergência não beliscaram para já os interesses dos grandes grupos económicos, os dividendos dos accionistas, os prémios e os salários faraónicos dos gestores.
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Enquanto isso, os mais vulneráveis ficam sem qualquer protecção e à mercê de todos os abusos.
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A situação coloca uma série de interrogações quanto ao futuro das condições de trabalho, dos processos de negociação colectiva, do exercício do direito à greve.
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Passado o tempo do medo, da disciplina e da solidariedade virá provavelmente a hora das recriminações e dos ajustes de contas, e não será de excluir o surgimento de novos fenómenos políticos.
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A Europa reagiu à crise em ordem dispersa, dividida, num cada um por si que desmentiu cruelmente todos os protestos de unidade e de solidariedade emitidos em Bruxelas.
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Mas o novo coronavírus abriu mais um rombo no projecto europeu.
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Quanto ao equilíbrio de forças a nível planetário, muitos analistas apresentam a epidemia como uma oportunidade única de a China desafiar a liderança global dos EUA.
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O covid-19 veio alertar o mundo ocidental para a sua dependência da China, e em particular no que toca à produção de medicamentos.
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Manipulada pelos Estados Unidos como instrumento da grande “ordem liberal” e de um projecto hegemónico, a globalização acabou por escapar ao controlo do feiticeiro.
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A produtividade, o crescimento económico destinam-se em última análise a melhorar as condições de vida do ser humano ou têm como objectivo derradeiro e único a produção de lucros a qualquer preço?
Carlos Santos Pereira, “Público” (sem link)

Esta pandemia é tudo menos democrática! Não só porque afeta sobretudo, já sabemos, os mais frágeis, porque idosos ou portadores de doenças crónicas, mas também porque a doença nunca é socialmente igualitária.
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Quem repete diariamente que a prioridade absoluta é vencer a covid-19, e só depois enfrentarmos as novas batalhas, não invisibilize a pandemia da pobreza que se expande ao mesmo tempo que a do coronavírus.
Manuel Loff, “Público” (sem link)

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