domingo, 2 de agosto de 2020

MAIS CITAÇÕES (93)


[Conheceram-se esta semana os detalhes da] venda [pelo Novo Banco] em regime de pechincha de milhares de imóveis a um comprador que beneficiou de crédito do próprio banco e numa operação cujo prejuízo foi coberto pelo dinheiro público.
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Se o banco tivesse perdas, o Estado pagaria através do Fundo de Resolução.
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Em qualquer caso, o que deste modo a administração do Novo Banco estará a fazer é uma limpeza dos ativos, através de uma gigantesca transferência de valor para outras empresas e fundos financeiros.
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O Governo pediu agora a intervenção da Procuradoria-Geral da República para suspender a venda de ativos do banco até ser concluída a auditoria às suas contas de 2000 a 2018.
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Esta preocupação com a conta só surge no fim do pagamento contratual, que será milimetricamente esgotado até aos 3900 milhões prometidos, como seria de antecipar.
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Mas o facto é que se trata de uma espetacular inversão de posição do Governo, que há dois meses assegurava que o pagamento anual estava justificado, porque tinha a certeza de que as contas estavam adequadamente vigiadas, auditadas e certificadas ao longo dos anos.
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[A tardia inflexão do Governo comporta] uma censura ao anterior ministro das Finanças, que não só parece ter fechado os olhos à espantosa desvalorização de ativos imobiliários como fez guerra política para garantir os pagamentos.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

O facto é que o trumpismo arribou [a Portugal] com três anos de atraso, mas aí está.
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O ridículo [do Chega] está na esquina (anunciar o convite de Trump para o congresso republicano, quando afinal era uma fantasia de um transeunte), a malta é pouco apresentável (a lista dos subchefes inclui cadastrados em grupos de rufias).
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Quando se chega ao ponto de denegrir Bruno Candé, vítima de quatro tiros, cai-se no domínio do repugnante.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

O consenso entre políticos holandeses [sobre os insultos aos países do Sul] revela uma cultura de dominação.
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Os dados oficiais do FMI, comparando Holanda e Espanha, para não repetir o argumento português, indicam que a dívida total do primeiro país é de 298% do seu PIB, ao passo que a de Espanha é de 195%.
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Entretanto, a média anual de horas de trabalho na Holanda é de 1424 e em Espanha de 1686 horas. Alguém anda a viver acima das suas possibilidades.
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E é fácil viver assim, sobretudo se se subtrai aos outros países da UE os impostos que empresas deviam pagar, através de um esquema vicioso que capta 10 mil milhões por ano.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

A fiscalização do sistema financeiro está sempre vários passos atrás das inovações dos players do mercado global, sempre propensos ao risco moral.
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O quadro regulatório é pouco eficaz e dá margem para que comportamentos opacos medrem.
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Enquanto não houver resposta, o Novo Banco não será apenas um problema para a sustentabilidade financeira do Estado, persistirá como ameaça à credibilidade do regime.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

A fuga aos impostos no Luxemburgo, anónimos a comprar 13 mil casas, o banco que empresta dinheiro ao seu comprador, o Estado que banca um desconto de 42% em tempo de boom imobiliário... tudo seria crime se fosse feito por cidadãos que têm de provar e pagar para comprar uma casa. Com eles não é.
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Há um poder sem limites de uma massa anónima a que chamamos finança, constituída por meia dúzia de fundos gigantescos.
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Foi esse poder que transformou o crime em legalidade, tecendo uma malha que torna risível qualquer regulação.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

A maioria das pessoas considera que o racismo é uma atitude, crença ou comportamento. Mas não é! O racismo é intrinsecamente institucional.
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Compreender o que os outros sentem, ser capaz de se colocar no lugar do outro e apreciar e interagir positivamente com diferentes pessoas e grupos devem ser aspectos trabalhados, de forma continuada, ao longo dos anos de escolaridade.
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Não fazer nada para compreender as origens do racismo e não promover activamente estratégias para o evitar, é silenciosamente apoiar o sistema que sustenta esta opressão de uma parte da população.
Raquel Raimundo, “Público” (sem link)

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