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Um
tema há longo tempo tratado na agenda internacional, o da chamada Parceria
Transatlântica de Comércio e Investimento (na sigla em inglês TTIP), que a
concretizar-se irá trazer consequências muito negativas para a vida dos
portugueses, só agora começa a ser abordado entre nós, de uma forma muito
superficial.
Uma coisa que não augura nada de bom é o
secretismo que envolve o TTIP o que, por si só, deve deixar de pé atrás o
cidadão comum. Das informações que nos vão chegando, tudo indica que esta “Parceria”
vai beneficiar em especial as grandes multinacionais pelo que é do interesse de
países onde elas predominam, tais como os Estados Unidos, Alemanha, França,
Grã-Bretanha e Itália.
Este
texto da autoria de Eduardo Oliveira e Silva, que transcrevemos do i de hoje, é,
em poucas palavras, um alerta para a opinião pública para aquilo que nos poderá
atingir dentro de pouco tempo se não esboçarmos desde já uma forte tomada de posição
contra.
Foi preciso Manuela Ferreira Leite falar e escrever
três vezes sobre o acordo que os norte-americanos e a União Europeia (UE) estão
a negociar para que o tema chegasse aos nossos jornais.
Nem uma declaração de Obama a pressionar os europeus e
uma tomada de posição do Greenpeace sobre o sinistro acordo (Parceria
Transatlântica de Comércio e Investimento) nos tinham despertado cá para as
suas consequências.
Em traços largos, o acordo multiplica trocas comerciais e investimento entre os dois blocos, favorecendo basicamente as multinacionais, nomeadamente através da criação de instâncias que poderão ultrapassar a legislação europeia e a americana, arrasando direitos laborais, sociais e ambientais.
Em traços largos, o acordo multiplica trocas comerciais e investimento entre os dois blocos, favorecendo basicamente as multinacionais, nomeadamente através da criação de instâncias que poderão ultrapassar a legislação europeia e a americana, arrasando direitos laborais, sociais e ambientais.
O acordo interessa, antes do mais, aos americanos, e
depois à Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália, ou seja, os Estados da UE que
têm grandes multinacionais. Os outros serão peões de um vasto xadrez. Portugal
não contará para nada, a não ser para sofrer consequências e ser endrominado
com loas aos supostos benefícios para um porto como Sines.
O alerta da ex-ministra das Finanças valeu a pena,
embora a parte em que pedia para se saber quem representa Lisboa na negociação
tenha ficado sem resposta objetiva. É que ninguém pode acreditar que seja mesmo
Margarida Marques, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, criatura que
mal se sabe por cá que pertence ao governo. Agora imagine-se o peso que terá em
Berlim, Paris, Londres ou Bruxelas, o centro da eurocracia.
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