A Comissão de Auditoria da Iniciativa para a Auditoria Cidadã (IAC) à Dívida Pública é composta por 44 personalidades, algumas delas conhecidas figuras públicas. Esta iniciativa considera que uma moratória do pagamento da dívida com vista à sua reestruturação pode ser “a única resposta possível” à falta de solução que vê na política de austeridade em curso. Numa nota de imprensa, a IAC reconhece que “as consequências de um passo como este não são leves”, mas recusa que isso leve à impossibilidade de pagar salários e pensões por parte do Estado. Na opinião destas personalidades, “uma vez suspenso o serviço da dívida, as receitas públicas podem cobrir as despesas correntes do Estado enquanto a negociação [com os credores] decorre”. Ao mesmo tempo, a comissão defende como “urgente a reestruturação da dívida pública liderada pelo Estado soberano, estendendo a maturidade dos empréstimos, reduzindo as suas taxas de juro, ou mesmo reduzindo o capital em dívida”. “o início da negociação com a troika pressupõe uma grande determinação e apoio social”, refere a IAC, a qual considera que esse apoio “começa a existir”, em resultado de uma “clara consciência da gravidade da situação”.
A IAC concluiu ainda que não se enganou. “Apesar de todos os cortes, o Governo falhou nas metas do défice de 2011 e 2012” e, ao mesmo tempo, “a dívida pública não parou de crescer”. E lembra que “antes do memorando”, entre o primeiro trimestre de 2010 e o mesmo trimestre de 2011, “a dívida aumentou 20,7 mil milhões de euros”, e “depois do memorando, também num só ano (do primeiro trimestre de 2011 ao mesmo trimestre de 2012) aumentou ainda mais: 26,6 mil milhões de euros”.
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