Veio há poucos dias a público o relatório de execução orçamental do mês que hoje termina o qual só traz novidade para quem ande distraído ou ainda acredite em milagres. Face ao descalabro que os números evidenciam só ficará contente quem aposte no quanto pior melhor. Num cenário de humor negro, parece que a “equipa-maravilha” do ministério das Finanças aposta mesmo neste tabuleiro. Tanto assim é que, tudo indica, o Orçamento de Estado para 2013 vai trazer um generalizado aumento de impostos. Vai apagar-se o lume atirando-lhe gasolina para cima… Os resultados já estão à vista, não há que enganar.
O pequeno texto de Nicolau Santos que transcrevemos do suplemento Economia do Expresso de ontem aponta com clareza os responsáveis da desgraça que nos espera.
“O relatório de execução orçamental de Setembro é devastador para o Governo: apesar de se manter o cenário macroeconómico de uma recessão de 3% para este ano, a equipa-maravilha das Finanças conseguiu falhar na evolução de todos os impostos, com exceção do IRS. Todos os outros estão a registar crescimentos negativos e abaixo do esperado. Ora, face a isto, o que se prepara para fazer a equipa-maravilha das Finanças para 2013? Apresentar um Orçamento de Estado em que a generalidade dos impostos volte a ser aumentada. Como é óbvio, o resultado vai ser muito diferente daquele que se verifica agora… Quando a cegueira ideológica se sobrepõe ao bom senso, a realidade importa-se de mostrar que é o bom senso que tem razão.
E não se diga que, como pretende o discurso oficial, o governo está a cumprir aquilo que está nas suas mãos – o corte na despesa – enquanto o que corre menos bem é a receita. Ora o cenário macroeconómico para este ano – uma recessão de 3% - não se alterou até agora. Portanto, as receitas foram calculadas com base neste enquadramento. Logo, se as receitas estão muito abaixo, trata-se de um colossal falhanço imputável única e exclusivamente ao Ministério das Finanças, que calculou mal a coleta fiscal. E não há manto diáfano que tape a nudez forte desta verdade.”
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