[Há] um ajuste de contas em muitas
empresas, milhares de despedimentos, chantagem sobre os trabalhadores
precários, cortes de salários, falências anunciadas.
(…)
A referência a limites ao direito à
greve na saúde e nos serviços públicos é uma provocação a esses trabalhadores
que estão na linha da frente desse combate.
(…)
[Esses trabalhadores] deviam receber um
subsídio de risco e não uma ameaça, aliás unicamente motivada por presunção
ideológica.
(…)
Mas há pior: o regime de lay-off, que,
mesmo depois de adaptado é ineficaz na defesa de postos de trabalho, mas tem um
custo, inaugurar a primeira medida de corte de salários.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Depois do episódio “repugnante” da
acusação holandesa à pretensa culpa orçamental espanhola, abundam por estes
dias as manobras de diversão.
(…)
Se a emissão [dos coronabonds] estiver
amarrada a um programa de austeridade, o remédio agrava a doença.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Talvez seja otimista, mas o rumo da
crise parece estar a criar incentivos a entendimentos, até porque desmantelar o
euro demoraria tempo ou seria caótico.
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
Os fatores económicos são o determinante
mais poderoso da saúde pública.
(…)
A ideia de que há uma escolha a fazer
entre prioridade à saúde pública ou preservação da economia é totalmente
errada.
(…)
Vão ser muito mais aqueles que vão
morrer por causa do coronavírus do que os que vão morrer com coronavírus.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
Se o pico [do combate ao vírus] for
menos acentuado salvam-se vidas e adia-se o regresso à normalidade, agudizando
a crise [económica].
(…)
Uma sociedade que não protege os velhos,
mesmo sabendo que lhes resta menos tempo, é uma sociedade que se condena.
(…)
[A economia] ignora que as crises matam.
Pela fome, pela perda de casa, pelo suicídio e pela ausência de recursos para
manter os serviços públicos.
(…)
Há os que ficaram desempregados ou estão
expostos aos mais inacreditáveis abusos, com o Estado a distribuir dinheiro por
empresas sem critérios nem defesa dos seus direitos.
(…)
E há os pobres que para quem a escola quase
desapareceu e vão ficar com o futuro ainda mais comprometido.
(…)
Este período de confinamento aumenta
exponencialmente a desigualdade.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
Os profissionais da
cultura, muitos dos quais já viviam, antes desta crise, num contexto de enorme
precariedade, estão a ser particularmente afectados
(…)
Consideramos urgente que
os fundos de emergência criados por diferentes entidades considerem a
necessidade de
dar a estes profissionais
condições básicas de subsistência.
(…)
Urge assim agregar
esforços em torno de um fundo de solidariedade que cuide do presente dos
profissionais da cultura.
(…)
É preciso garantir que,
quando isto passar, e vai passar, teremos ainda trabalhadores independentes na
cultura capazes de criar, produzir, programar, expor, comunicar e educar.
Um
número indeterminado de profissionais da cultura. Público (sem link)
O Brasil segue sendo um
país profundamente desigual e já não há dúvida de que a crise do coronavírus será especialmente dura com os mais pobres.
(…)
O vírus desta pandemia não
é o único problema que neste momento ataca as favelas densamente povoadas do
Brasil.
(…)
As recomendações e
indicações de cuidado contra o vírus parecem não tomar em conta que estas
pessoas não possuem as condições materiais suficientes e adequadas para atender
as medidas de contenção.
(…)
Longe de querer fazer coro
ao bolsonarismo que quer pôr fim ao isolamento para defender o retorno
económico dos investidores da sua campanha, o precariado brasileiro enfrenta o
impasse entre a saúde e a sobrevivência.
Leonardo Leal, “Público”
(sem link)
As ideias eugenistas remontam à
Antiguidade, onde foram frequentes vezes aplicadas, como aconteceu na Grécia, e
mais especificamente em Esparta, onde se abandonavam à morte os recém-nascidos
considerados mais frágeis ou deficientes.
(…)
A década 1930 será em todo o mundo a
época maior do eugenismo, incluindo aqui os Estados Unidos onde as
esterilizações se multiplicaram. Todavia, foi na Alemanha nazi que se tornou
mais violento.
(…)
No contexto da presente crise mundial
definida pela expansão da pandemia do coronavírus, e das necessidades de
rastreio, tratamento e cura que ela impõe, o fantasma da eugenia tem pairado
também.
(…)
Aqui o critério que determina a decisão
não é médico, mas político, e deixa-se morrer, não quem já não tenha hipótese
alguma de sobreviver, mas quem, de acordo com tal lógica, se considera
pertencer ao grupo dos mais fracos e não rentáveis.
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