domingo, 5 de abril de 2020

MAIS CITAÇÕES (76)


[Há] um ajuste de contas em muitas empresas, milhares de despedimentos, chantagem sobre os trabalhadores precários, cortes de salários, falências anunciadas.
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A referência a limites ao direito à greve na saúde e nos serviços públicos é uma provocação a esses trabalhadores que estão na linha da frente desse combate.
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[Esses trabalhadores] deviam receber um subsídio de risco e não uma ameaça, aliás unicamente motivada por presunção ideológica.
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Mas há pior: o regime de lay-off, que, mesmo depois de adaptado é ineficaz na defesa de postos de trabalho, mas tem um custo, inaugurar a primeira medida de corte de salários.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

Depois do episódio “repugnante” da acusação holandesa à pretensa culpa orçamental espanhola, abundam por estes dias as manobras de diversão.
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Se a emissão [dos coronabonds] estiver amarrada a um programa de austeridade, o remédio agrava a doença.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

Talvez seja otimista, mas o rumo da crise parece estar a criar incentivos a entendimentos, até porque desmantelar o euro demoraria tempo ou seria caótico.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

Os fatores económicos são o determinante mais poderoso da saúde pública.
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A ideia de que há uma escolha a fazer entre prioridade à saúde pública ou preservação da economia é totalmente errada.
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Vão ser muito mais aqueles que vão morrer por causa do coronavírus do que os que vão morrer com coronavírus.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

Se o pico [do combate ao vírus] for menos acentuado salvam-se vidas e adia-se o regresso à normalidade, agudizando a crise [económica].
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Uma sociedade que não protege os velhos, mesmo sabendo que lhes resta menos tempo, é uma sociedade que se condena.
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[A economia] ignora que as crises matam. Pela fome, pela perda de casa, pelo suicídio e pela ausência de recursos para manter os serviços públicos.
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Há os que ficaram desempregados ou estão expostos aos mais inacreditáveis abusos, com o Estado a distribuir dinheiro por empresas sem critérios nem defesa dos seus direitos.
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E há os pobres que para quem a escola quase desapareceu e vão ficar com o futuro ainda mais comprometido.
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Este período de confinamento aumenta exponencialmente a desigualdade.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

Os profissionais da cultura, muitos dos quais já viviam, antes desta crise, num contexto de enorme precariedade, estão a ser particularmente afectados
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Consideramos urgente que os fundos de emergência criados por diferentes entidades considerem a necessidade de dar a estes profissionais condições básicas de subsistência.
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Urge assim agregar esforços em torno de um fundo de solidariedade que cuide do presente dos profissionais da cultura.
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É preciso garantir que, quando isto passar, e vai passar, teremos ainda trabalhadores independentes na cultura capazes de criar, produzir, programar, expor, comunicar e educar.
Um número indeterminado de profissionais da cultura. Público (sem link)

O Brasil segue sendo um país profundamente desigual e já não há dúvida de que a crise do coronavírus será especialmente dura com os mais pobres.
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O vírus desta pandemia não é o único problema que neste momento ataca as favelas densamente povoadas do Brasil.
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As recomendações e indicações de cuidado contra o vírus parecem não tomar em conta que estas pessoas não possuem as condições materiais suficientes e adequadas para atender as medidas de contenção.
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Longe de querer fazer coro ao bolsonarismo que quer pôr fim ao isolamento para defender o retorno económico dos investidores da sua campanha, o precariado brasileiro enfrenta o impasse entre a saúde e a sobrevivência.
Leonardo Leal, “Público” (sem link)

As ideias eugenistas remontam à Antiguidade, onde foram frequentes vezes aplicadas, como aconteceu na Grécia, e mais especificamente em Esparta, onde se abandonavam à morte os recém-nascidos considerados mais frágeis ou deficientes.
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A década 1930 será em todo o mundo a época maior do eugenismo, incluindo aqui os Estados Unidos onde as esterilizações se multiplicaram. Todavia, foi na Alemanha nazi que se tornou mais violento.
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No contexto da presente crise mundial definida pela expansão da pandemia do coronavírus, e das necessidades de rastreio, tratamento e cura que ela impõe, o fantasma da eugenia tem pairado também.
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Aqui o critério que determina a decisão não é médico, mas político, e deixa-se morrer, não quem já não tenha hipótese alguma de sobreviver, mas quem, de acordo com tal lógica, se considera pertencer ao grupo dos mais fracos e não rentáveis.

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