“Linhas vermelhas”, o novo livro de José Manuel Pureza foi
esta tarde apresentado no Café Santa Cruz em Coimbra (*). Nele, o professor
catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra afirma que “Portugal
acordou tragicamente tarde para a construção de um Estado amigo das pessoas”.
Segundo
o autor “não tivemos nunca, em Portugal, um Estado de Bem-Estar consolidado e,
por ser assim, nunca tivemos devidamente enraizada uma cultura de direitos
sociais como suporte indispensável da prática dos direitos civis e políticos”. Actualmente,
analisa o ex-lider da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda, “a vivência incipiente
de Estado Social” que Portugal teve, actualmente “nos parece inexoravelmente
longínqua e remetida para um passado sem remissão”.
Pureza
alerta, aliás, para o facto de que este “discurso de remissão” é “uma prescrição
de amnésia e de passividade”, uma narrativa que é uma “estratégia da diminuição
da espessura dos direitos, do contrato social, da fragilização da mobilização social
para os combates pela dignidade”.
“O
Portugal do próximo futuro será evidentemente um país mais pobre, resultado da
redução salarial generalizada, da brutal penalização das reformas e da perda de
salário indirecto, traduzida no esfacelamento prático das políticas de
universalidade de serviços públicos essenciais como a educação, a saúde ou a
segurança social” afirma ainda o ensaísta, que é também investigador do Centro
de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
(*) Informação
recolhida na imprensa local
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