“Está tudo bem. Mas vamos cortar pensões” é o título de um dos últimos artigos de
opinião de Mariana Mortágua no JN. Aqui está uma entre muitas contradições
deste Governo que desmentem o sucesso do chamado programa de ajustamento
imposto pela troika. Além disso, se está tudo tão bem, como é possível que
tantas centenas de milhares de portugueses passem fome e que este número tenda
a aumentar?
Outra
das provas – talvez a mais forte - de que, afinal, está tudo mal é “o sucesso
que o Banco Alimentar Contra a Fome” tem vindo a atingir, como afirma Nicolau Santos
neste pequeno texto que podemos ler no Expresso Economia de ontem.
O sucesso que o Banco
Alimentar Contra a Fome tem vindo a conseguir em Portugal é preocupante. Com efeito,
se hoje existem 21 bancos alimentares no continente, Açores e Madeira, isso só
pode significar que as pessoas com carências alimentares (isto é, que não comem
uma refeição decente por dia) estão a aumentar exponencialmente, apesar do
maravilhoso sucesso do programa de ajustamento desenhado pela troika e
entusiasticamente aplicado pelo Governo. Os bens alimentares recolhidos são entregues
a 2650 instituições de solidariedade social para apoiar 425 mil pessoas, mais
100 mil que há três anos e mais do dobro que há dez anos. E ainda há as 800
cantinas sociais financiadas pelo Estado. Ou seja, pelo menos 5% da população portuguesa,
meio milhão de pessoas, passa fome – que só é minorada por este notável esforço
de solidariedade privada. Mas a quem é que interessa isto? São os danos
colaterais do sucesso português.
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