domingo, 13 de março de 2016

AS PREOCUPAÇÕES DO PRESIDENTE DA CIP…


Há dias, António Saraiva (AS), presidente da CIP, numa tirada pouco inocente ou, na melhor das hipóteses, muito infeliz, afirmava em entrevista que “mais vale ter trabalho precário do que desemprego”. Esta estranha e cínica preocupação com a situação dos trabalhadores traz água no bico na medida em que a CIP, naturalmente, nada disse sobre uma série de medidas tomadas pelo governo Passos/Portas, altamente prejudiciais para quem trabalha por conta de outrem. É claro que aquela confederação do grande patronato sente agora que deixou de ter no poder o “seu” governo e não é de admirar que, aqui e acolá, vá dando umas alfinetadas no executivo agora em funções e ancorado à esquerda, o qual, por pressão de BE e PCP tem revelado algumas intenções de melhoria das condições dos trabalhadores.
O texto seguinte constitui um pequeno e oportuno comentário de Nicolau Santos, sobre as afirmações de AS, que transcrevemos do Expresso Economia de ontem, 12/3/2016.
O presidente da CIP deu uma entrevista à Antena1/”Económico”, onde critica o Governo por tentar impor um salário mínimo de 530 euros e por repor os feriados civis sem compensar as empresas, defendendo ainda o trabalho precário ao desemprego. O trajeto profissional de António Saraiva faz supor que algumas coisas que diz são mais para os associados da CIP do que aquilo que pensa. Mas dando como adquirido que o que disse é mesmo o que pensa, então é de perguntar: o que fez a CIP quando o salário mínimo esteve congelado mais de quatro anos? Protestou publicamente? E o que fez a CIP quando o anterior Governo cortou quatro feriados? Também defendeu compensações para os trabalhadores?
Terceiro: o que fez a CIP para travar o trabalho precário? Opõe-se-lhe? É que o desemprego tem vindo a descer mas o trabalho precário a aumentar. As perguntas são, talvez, originais. As respostas é que são seguramente velhas e conhecidas.

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