De
uma longa entrevista de Mariana Mortágua vinda à estampa no Público de hoje, destacamos
as seguintes afirmações:
As críticas que fazemos às agências de rating
não mudam consoante as notícias são boas ou más.
Neste momento, já nem é possível um Governo de
centro esquerda tomar o poder, sem que isso cause a completa apoplexia no
sistema político e financeiro.
A direita está numa posição complicada: se este
Governo for bem-sucedido, se conseguir implementar este plano que tem em mãos,
fica provado que tudo o que foi feito, nos últimos quatro anos, foi opção, era
possível ter feito de forma diferente.
O Bloco tem uma responsabilidade pela
estabilidade desta governação e deste ciclo político.
O Governo, ao estar limitado por um acordo,
sabe que, faça o que fizer, não pode nunca atacar salários, pensões e o preço
dos bens essenciais.
Conseguimos aprovar medidas muito importantes e
isso faz-nos sentir que foi útil o acordo e que o país beneficiou ele.
Houve uma grande necessidade de descredibilizar
esta opção, por parte de uma direita que estava e está muito acirrada contra um
Governo alternativo.
Hoje em dia começa a haver a percepção que este
acordo é estável, sólido e, independentemente de haver diferentes posições, não
está sempre tudo em causa, a cada momento.
[Nestes últimos quatro anos] estava a haver uma
mudança de regime, a propagar-se de tal forma que já era aceite como a nova e
única normalidade.
Este Governo permitiu oxigenar a nossa
democracia.
Tudo o que conseguimos de bom neste Orçamento
não pode simplesmente apagar aquilo que falta.
Bruxelas ameaça a estabilidade de qualquer país
que não cumpra as suas ordens.
A Hungria está na União Europeia e tem um
Governo xenófobo e com políticas protofascistas. A União Europeia aceita.
O risco para este Orçamento é o de
desmoronamento de uma União Europeia que está perdida nas suas próprias
contradições, sem conseguir resolver os seus problemas
O PSD não apresenta propostas porque sabe que o
seu projecto político não é aceitável.
A dívida é um constrangimento ao nosso
desenvolvimento económico.
Não será com o voto do BE que pode ser tomada a
decisão de se vender um banco, quando já se sabe que essa é uma decisão má para
os contribuintes.
Não podemos continuar a limpar bancos para os
entregar a privados.
O PCP é um partido com quem temos muita
convergência programática
Aquilo que está a acontecer neste momento é que
há quem queira usar a comissão de inquérito para fazer um debate político e
descredibilizá-la à partida.
Se há instituição que não é transparente e que
não sabemos como toma decisões é o Banco de Portugal.
A banca é um bem público. Só há uma forma de
lidar com crises financeiras: aguentar o embate com dinheiros públicos.
Temos de perceber o que fazer de um sistema
bancário que não só se tornou inútil, como um problema para a economia.
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