sexta-feira, 18 de março de 2016

ENTREVISTA DE JORGE COSTA AO I



Jorge Costa é deputado, membro da mesa nacional e da comissão política do Bloco de Esquerda. Licenciado em Comunicação Social, foi jornalista antes de entrar para a política. Foi coautor de vários livros com Francisco Louçã, mas também de obras com Fernando Rosas e, mais recentemente, com Mariana Mortágua.
Nesta quarta-feira (16/3/2016) o jornal i publicou uma entrevista com Jorge Costa, da qual seleccionámos as seguintes afirmações:
Não há nenhum país europeu que possa aceitar ter a sua banca inteiramente em mãos estrangeiras.
A lógica do projecto de união bancária europeia vai acabar por pôr em causa o próprio controlo da CGD.
Se é para termos um conflito em defesa do sistema bancário português, então é melhor fazê-lo já.
A nacionalização do Novo Banco é importante para criar uma banca pública forte que impeça prejuízos maiores para os contribuintes.
O governo português tem de ter na Europa uma condução que o possa elevar ao estatuto de proponente de alterações significativas no plano europeu.
A direita colaborou ativamente para sabotar qualquer possibilidade de um desfecho que fosse diferente daquele a que se chegou [para a Grécia].
O governo português tem de ter aprendido com o que se passou na Grécia.
O governo português, ao apresentar um Orçamento de rutura com um ciclo de empobrecimento, está a abrir uma janela de esperança.
As medidas que são as mais importantes do ponto de vista da dignidade das pessoas são as primeiras que vão ser atacadas por Bruxelas.
O BE não vai faltar sempre que estiver em causa impedir o regresso da austeridade e do ciclo de empobrecimento.
[Vão pagar menos na conta da luz] um milhão de portugueses. (…) A metade mais pobre deste milhão de famílias vai beneficiar ainda de uma redução da contribuição audiovisual, que passa de 2,85 euros para um euro. E depois ainda há a tarifa social do gás. A poupança deverá andar entre os 110 e os 130 euros por ano.
A disponibilidade orçamental para o investimento público que é necessário não se consegue com um serviço da dívida como aquele que está hoje a ser praticado.
Perante qualquer situação extraordinária, temos [Bloco] como critério que não se dá nem um passo atrás.
Do ponto de vista da política económica e social, [temos] grandes afinidades e grandes convergências [com o PCP].
Há um espaço político novo na esquerda que se está a abrir para uma política diferente de alternância.
Marcelo Rebelo de Sousa está empenhado num certo regresso à normalidade do bloco central. 

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