domingo, 4 de março de 2018

EUA, UM PAÍS CHEIO DE ARMAS


Praticamente desde a formação dos EUA que a cultura bélica atravessa a sociedade norte-americana. É dentro desta lógica que têm lugar com estranha frequência massacres de pessoas inocentes e cuja notícia já é tomada como natural por todo o mundo.
A esta situação não é certamente alheia a facilidade com que se adquire uma arma neste país, qualquer pessoa o reconhece. De qualquer maneira, a realidade vem-nos demonstrando que, de todas as vezes que tem lugar um massacre com um número significativo de mortes, um grande clamor se levanta de imediato mas, passado algum tempo tudo volta à situação anterior, com maior ou menor retórica.  Para esta situação muito contribuirá a força do poderosíssimo lóbi das armas corporizado na NRA.
No entanto, a verdade é que são os dados oficiais da administração pública norte-americana que mostram o elevado número de vítimas mortais “na sequência de ferimentos causados” pelo uso de armas de fogo. A título de exemplo, deixamos aqui alguns dados significativos que recolhemos de um artigo de opinião assinado por Bárbara Reis no “Público” desta sexta-feira.
Os dados oficiais da administração pública norte-americana publicados pelo Disease Control and Prevention (CDC) mostram no entanto uma realidade diferente: em média, todos os dias morrem 96 americanos na sequência de ferimentos causados por uma arma de fogo, mais ou menos 33 mil mortes por ano. Em 2016, houve 38.658 mortes, repartidos por homicídio (14.925), suicídios (22.938), acidentes (495) e causa indeterminada (300). Já em 1994, o CDC estimava um custo de 2,3 mil milhões de dólares só em tratamento médico para os feridos em incidentes com armas de fogo. Em 2002, eram vendidos 4,5 milhões de novas armas nos EUA, e entre novas, velhas e roubadas, dez milhões mudavam de mãos. Isto num país em que, segundo as sondagens, entre 35% e 50% dos cidadãos têm pelo menos uma arma de fogo em casa.

Sem comentários:

Enviar um comentário