Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém são nulos a resolver crises. Não têm austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o estadista (…). País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?
Eça de Queirós, 1867 in Jornal “Distrito de Évora”
Este texto de Eça de Queirós tem quase 150 anos mas, a verdade é que poderia ter sido escrito nos anos 10 do século XXI, tal é a sua actualidade. Se alguma coisa se alterou foi para pior, na medida em que a inteligência entre os ministros não será tão abundante como no século XIX e, se calhar, muitos não terão tento primor na escrita como naquela altura…
De resto, é notório que a qualidade dos nossos governantes tem vindo a decrescer de forma acelerada, esquecendo-se os mesmos que os cargos que ocupam constituem um serviço público, por indicação do voto popular e não um posto para enriquecimento rápido e distribuição de prebendas por familiares a amigos.
Sem comentários:
Enviar um comentário