domingo, 10 de fevereiro de 2013

UM DIA O POVO FARTA-SE...


Dizem as más-línguas que o buraco do BPN vai chegar aos 7 mil milhões mas não vamos ficar por aqui já que enquanto os portugueses têm de aguentar tal como os sem-abrigo, coitados dos bancos vão precisando de injecções de fundos estatais como aconteceu numa famigerada operação levada a cabo no último dia de 2012, envolvendo 1100 milhões de euros destinados ao Banif. Soubemos agora que no banco fundado pela família Roque os prejuízos dispararam em 2012 para 576,4 milhões de euros fazendo crescer em 415 milhões o resultado negativo do ano anterior. Sabendo-se a vontade do Governo de servir almofadas financeiras à banca, sejam quais forem as probabilidades de as recuperar, podemos ficar cientes de que o dinheiro dos contribuintes vai continuar a correr para os bancos em dificuldades. Afinal, os amigos são para as ocasiões e os banqueiros sabem que podem contar com a imensidade deles na troika interna.

Se for preciso retirar milhões do Estado social, ou mesmo destruí-lo, como está prestes a acontecer, serão apenas danos colaterais na população portuguesa para que não haja banqueiros sem-abrigo…


Eles conhecem mal a história de Portugal e não lhes passa pela cabeça que a aparente letargia em que o povo português parece mergulhado pode chegar ao fim, de um momento para o outro…

Achámos interessante acrescentar este texto com um comentário de Nicolau Santos, no Expresso Economia de ontem, sobre o caso BPN.


O BPN VAI DURAR MUITO?

O buraco do BPN é uma história de horror que ultrapassa em muito a imaginação do escritor Stephan King. Aqui as vítimas são os contribuintes, que apesar de completamente exangues pela punção fiscal, continuam a ser sangrados pelo banco, não se sabe em nome de quê nem de quem. O governo Sócrates nacionalizou um caso de polícia. Fê-lo sob pressão dos outros banqueiros e do Banco de Portugal, preocupados com uma corrida aos depósitos que nunca se provou que viria a acontecer (embora não se possa provar o contrário). Depois de obrigar a CGD a meter milhões no BPN, privatizou os bifes a preço de saldo e focou com os ossos a preço de platina. Na Parups e Parvalorem, criadas para recuperar estes ativos tóxicos, meteu mil milhões em dezembro e vai lá colocar mais 3,9 mil milhões este ano. Enquanto isto, mais de 500 clientes com dívidas superiores a meio milhão de euros deixaram de pagar ao banco. Deviam criar uma sociedade para defender os contribuintes e chamar-lhe Parvos Somos Nós.

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