domingo, 8 de setembro de 2013

COMPETITIVIDADE BAIXA EM 2013


Como é do conhecimento geral, Portugal caiu este ano para o 51º lugar do ranking mundial da competitividade entre 148 países.

À primeira vista pode não parecer uma posição má de todo, mas o caso muda de figura se tivermos em conta que, em 2005 nos encontrávamos na 32ª posição. Descemos 19 lugares em oito anos o que é obra, depois de aplicada, até à exaustão, a crença de que para a nossa economia se tornar mais competitiva os salários tinham de baixar. Pois bem, tem-se vindo a assistir a uma sistemática quebra nos salários e o efeito, em termos de competitividade é excatamente o contrário. O pior é que, embora esta realidade seja evidente, e, pelos vistos irreversível, ainda não deu para convencer os principais decisores a mudarem o seu rumo.
Um pequeno texto de Nicolau Santos, que podemos ler no Expresso Economia desta semana, é muito crítico em relação a esta situação, com fortes argumentos.

A ideia de descer salários para tornar a economia mais competitiva e atrair o investimento estrangeiro tecnologicamente avançado tem adeptos conhecidos cá por casa. A crença dos que professam tais teorias esbarra, contudo, na realidade. Com efeito, os nossos talentos e os mais bem preparados não estão disponíveis para trabalhar por 700 euros. E, por isso, seguindo o conselho do primeiro-ministro, emigram a bom ritmo para onde lhes paguem mais. Atualmente, o mercado de trabalho também é global, não se esqueçam. Quanto aos investidores estrangeiros que haveriam de cair por cá em catadupa, até agora nem rasto deles. Seguramente por isso, o relatório económico do Fórum Económico Mundial volta a fazer cair Portugal no ranking mundial de competitividade para 51º lugar entre 148 economias, quando em 2005 estávamos na 32ª posição. Mas isso era quando tínhamos salários altos, gastávamos de mais, investíamos em obras públicas e tosa a gente vivia alegre e irresponsavelmente acima das suas possibilidades. 

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