Como já temos salientado, procuramos
muitas vezes deixar aqui opiniões de personalidades de fora da área ideológica do Bloco de Esquerda para
evidenciar a justeza das análises e propostas bloquistas. Já está mais que provado
que as previsões de muita gente da área do nosso partido se justificavam
inteiramente dado o que foi sucedendo ao longo do tempo no que diz respeito às
consequências da brutal austeridade que nos foi imposta e alegremente aceite
pelo Governo Passos Coelho/Paulo Portas. Um dos últimos exemplos tem a ver com
a recente ideia vinda do FMI da criação das eurobonds, considerada uma proposta
radical e esquerdista ainda em vida de Miguel Portas. Tendo em conta que o
eurodeputado bloquista faleceu há quase um ano e meio, é só fazer as contas de
quanto tempo os “medíocres economistas da troika” perderam para chegarem à
mesma conclusão…
Como muito bem refere Nicolau Santos no
pequeno texto que apresentamos a seguir, transcrito do Expresso Economia de
ontem, factos são factos e estes evidenciam que “o programa de assistência
financeira assinado por Portugal com a UE/FMI” falhou em toda a linha como foi
assinalado em devido tempo por gente honesta, não alinhada com as teses
lunáticas do neoliberalismo caseiro e internacional.
Factos, factos, factos. Em maio
de 2011 entrou em vigor o programa de assistência financeira assinado por
Portugal com a UE/FMI. Nele admitia-se que a recessão acumulada durante o
ajustamento não passaria de 4% e incidiria em 2011 e 2012. Pois está quase nos
7%, este ano ainda estamos em recessão (a previsão era de um crescimento de
1,2%) e no próximo ano não vamos crescer 2,5%, como está no documento. O desemprego
atingiria um pico de 13,4% em 2012. Está nos 16%. O défice orçamental seria de
4,5% este ano (foi alargado para 5,5%) e de 3% em 2014 (passou para 4% e o
Governo quer 4,5%). A dívida externa teria um máximo de 123,4% e está acima dos
132%. A competitividade da economia deveria crescer, mas caímos da 32ª posição
em 2005 para o 51º lugar. O regresso do nosso país aos mercados em 23 de
Setembro de 2013 é inviável. Só o desequilíbrio externo melhorou e as
exportações mantiveram um bom comportamento. Ou seja, o ajustamento que os
medíocres economistas da troika delinearam é um desastre e está obviamente
chumbado.
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