domingo, 22 de setembro de 2013

FACTOS SÃO FACTOS



Como já temos salientado, procuramos muitas vezes deixar aqui opiniões de personalidades de  fora da área ideológica do Bloco de Esquerda para evidenciar a justeza das análises e propostas bloquistas. Já está mais que provado que as previsões de muita gente da área do nosso partido se justificavam inteiramente dado o que foi sucedendo ao longo do tempo no que diz respeito às consequências da brutal austeridade que nos foi imposta e alegremente aceite pelo Governo Passos Coelho/Paulo Portas. Um dos últimos exemplos tem a ver com a recente ideia vinda do FMI da criação das eurobonds, considerada uma proposta radical e esquerdista ainda em vida de Miguel Portas. Tendo em conta que o eurodeputado bloquista faleceu há quase um ano e meio, é só fazer as contas de quanto tempo os “medíocres economistas da troika” perderam para chegarem à mesma conclusão…
Como muito bem refere Nicolau Santos no pequeno texto que apresentamos a seguir, transcrito do Expresso Economia de ontem, factos são factos e estes evidenciam que “o programa de assistência financeira assinado por Portugal com a UE/FMI” falhou em toda a linha como foi assinalado em devido tempo por gente honesta, não alinhada com as teses lunáticas do neoliberalismo caseiro e internacional.
Factos, factos, factos. Em maio de 2011 entrou em vigor o programa de assistência financeira assinado por Portugal com a UE/FMI. Nele admitia-se que a recessão acumulada durante o ajustamento não passaria de 4% e incidiria em 2011 e 2012. Pois está quase nos 7%, este ano ainda estamos em recessão (a previsão era de um crescimento de 1,2%) e no próximo ano não vamos crescer 2,5%, como está no documento. O desemprego atingiria um pico de 13,4% em 2012. Está nos 16%. O défice orçamental seria de 4,5% este ano (foi alargado para 5,5%) e de 3% em 2014 (passou para 4% e o Governo quer 4,5%). A dívida externa teria um máximo de 123,4% e está acima dos 132%. A competitividade da economia deveria crescer, mas caímos da 32ª posição em 2005 para o 51º lugar. O regresso do nosso país aos mercados em 23 de Setembro de 2013 é inviável. Só o desequilíbrio externo melhorou e as exportações mantiveram um bom comportamento. Ou seja, o ajustamento que os medíocres economistas da troika delinearam é um desastre e está obviamente chumbado.

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