O anterior líder da UGT, João Proença, protagonizou aquela que deverá ser a maior traição de um dirigente sindical de topo à classe trabalhadora portuguesa, em regime democrático. Evidentemente que nos estamos a referir ao acordo de concertação social que Proença assinou com o Governo Passos/Portas, em Janeiro de 2012.
Quase dois anos depois, os
resultados da acção do Governo estão à vista e também está à vista o prémio
atribuído a João Proença pela sua traição ao mundo do trabalho, ao ser “nomeado
assessor do presidente do AICEP, um dos principais instrumentos de política
económica do Governo”. A aceitação deste cargo, por si só diz tudo sobre um
membro do secretariado nacional do PS, um partido que está, supostamente, na
oposição. Um militante de topo do PS a participar numa agência do Governo é
obra! Pelos vistos com a anuência do partido…
Sobre esta matéria,
leia-se a opinião de Daniel Oliveira no Expresso de ontem:
João
Proença deu a sua bênção, como líder da UGT, àquele que deverá ficar na
história como o pior acordo assinado por uma central sindical. Depois de ter
desacreditado a central aos olhos dos poucos trabalhadores que ainda se
sindicalizam foi escolhido por Seguro para o secretariado do PS. Agora,
regressado ao funcionalismo público, foi nomeado assessor do presidente do
AICEP, um dos principais instrumentos da política económica do Governo. Os que
consideram que estar na oposição é, por si só, um ato de radicalismo, aplaudiram
a escolha. Mas não vejo como pode alguém estar na direção do PS e, ao mesmo
tempo, a assessorar o Governo. Nem como pode escapar à suspeita de que está a
receber o prémio pelo monumental frete que fez a Passos Coelho.
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