quarta-feira, 4 de setembro de 2013

CONDIÇÕES DE VIDA E ROBUSTEZ FÍSICA




A notícia vinda ontem a público no sentido de que a altura média dos homens europeus aumentou 11 centímetros em 110 anos (entre 1871 e 1980) é um indicador que nos devia fazer reflectir até onde nos podem levar as criminosas medidas de austeridade implementadas em Portugal.

O estudo que chegou a esta conclusão baseou-se maioritariamente na informação obtida nos registos militares dos recrutas em relação a datas mais remotas e em estudos vários, relativos a décadas recentes. Quanto à altura média das mulheres, é natural que tenha acompanhado a mesma evolução ainda que não haja dados que o possam confirmar.

Relativamente a Portugal, os dados com que foi possível trabalhar são mais recentes mas verifica-se que os homens nascidos entre 1976 e 1980 tinham, em média, uma altura de mais 8 centímetros do que os da mesma idade nascidos entre 1911 e 1915.

Todos os indicadores do estudo apontam no sentido de que a melhoria das condições de vida das populações, tais como a alimentação, em especial nos primeiros anos de vida, o aparecimento dos sistemas nacionais de saúde, o progresso das condições sanitárias, entre outros, constituiram factores que afectaram muito positivamente o crescimento dos indivíduos.

Em Portugal vive-se actualmente uma nítida regressão das condições de vida de uma maioria significativa da população, com muita gente a passar fome e sem um mínimo de rendimento que permita fazer face ao crescimento exponencial das despesas em área tão determinantes como a saúde e a educação. Portanto, não nos poderemos admirar que nos próximos anos venhamos a assistir a uma degradação significativa da saúde dos portugueses com a consequente quebra da robustez física de largos estratos da população.

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