A notícia vinda ontem a
público no sentido de que a altura média dos homens europeus aumentou 11 centímetros
em 110 anos (entre 1871 e 1980) é um indicador que nos devia fazer reflectir
até onde nos podem levar as criminosas medidas de austeridade implementadas em Portugal.
O estudo que chegou a esta
conclusão baseou-se maioritariamente na informação obtida nos registos
militares dos recrutas em relação a datas mais remotas e em estudos vários,
relativos a décadas recentes. Quanto à altura média das mulheres, é natural que
tenha acompanhado a mesma evolução ainda que não haja dados que o possam
confirmar.
Relativamente a Portugal,
os dados com que foi possível trabalhar são mais recentes mas verifica-se que
os homens nascidos entre 1976 e 1980 tinham, em média, uma altura de mais 8
centímetros do que os da mesma idade nascidos entre 1911 e 1915.
Todos os indicadores do
estudo apontam no sentido de que a melhoria das condições de vida das
populações, tais como a alimentação, em especial nos primeiros anos de vida, o
aparecimento dos sistemas nacionais de saúde, o progresso das condições
sanitárias, entre outros, constituiram factores que afectaram muito
positivamente o crescimento dos indivíduos.
Em Portugal vive-se
actualmente uma nítida regressão das condições de vida de uma maioria
significativa da população, com muita gente a passar fome e sem um mínimo de
rendimento que permita fazer face ao crescimento exponencial das despesas em
área tão determinantes como a saúde e a educação. Portanto, não nos poderemos
admirar que nos próximos anos venhamos a assistir a uma degradação
significativa da saúde dos portugueses com a consequente quebra da robustez
física de largos estratos da população.
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