segunda-feira, 27 de agosto de 2018

NA GRÉCIA, A TRAGÉDIA É PARA CONTINUAR…


O resultado do programa financeiro que foi posto em execução na Grécia foi o colapso da economia daquele país, como é opinião generalizada entre muitos economistas, qualquer que seja o quadrante ideológico em que se movem e teve como única finalidade facilitar a vida dos bancos europeus que tinham emprestado dinheiro aos governos helénicos. Para a Grécia, a recuperação económica é insignificante e a tragédia é para continuar.
Paul De Grauwe, economista de renome, professor da Universidade Católica de Lovaina, Bélgica, alinha com estas ideias como se pode verificar pela seguinte transcrição de várias citações do artigo de opinião que assina no Expresso Economia deste sábado.  
O objectivo do programa de assistência imposto à Grécia foi garantir que as exigências dos países credores seriam satisfeitas.
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A Grécia pagou os empréstimos antigos com o dinheiro fresco emprestado pelos mesmos países.
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Uma troika estrangeira pegou no leme da economia grega e sujeitou o país a medidas de austeridade que pela sua gravidade raramente foram aplicadas.
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O resultado foi o colapso da economia grega e a miséria para milhões de gregos.
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A dívida em que incorreram os gregos foi tornada possível pelos empréstimos concedidos pelos bancos do norte da zona euro.
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Se os gregos não viram que a sua dívida face aos banqueiros do norte era insustentável, também estes banqueiros não viram.
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Os banqueiros sabiam que em último caso os seus governos sangrariam a Grécia até ela pagar a dívida para que os seus bancos pudessem sair da crise sem grandes danos.
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[Os programas de austeridade] levaram a um declínio massivo do PIB de mais de 30% e reduziram a capacidade da Grécia pagar a sua dívida.
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Em 2010, a dívida grega era de 150% do PIB; depois de oito anos de austeridade essa proporção aumentou para 180%.
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A solidariedade europeia teria significado que os países credores aceitassem cancelar parte da dívida.
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Ao contrário do que o presidente do Conselho Europeu proclamou, não houve solidariedade europeia.
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Verificou-se um desejo visceral dos governos dos países credores de castigar um país que se tinha portado mal.
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É evidente que teremos novas crises financeiras no futuro, envolvendo credores que emprestam demais e devedores que pedem emprestado demais.

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