domingo, 5 de agosto de 2018

PROFESSOR BOAVENTURA SOUSA SANTOS EM PROL DE UMA UNIÃO DAS ESQUERDAS


No artigo de opinião que o Prof. Boaventura Sousa Santos, director do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES), assina no “Público” de ontem (4/08/2018), fica, mais uma vez, demonstrada a sua coerência como homem de esquerda.
Do texto retiramos as seguintes afirmações que consideramos mais relevantes:
A inovação política portuguesa, inicialmente vista com grande suspeita pela comentocracia nacional e internacional, é hoje analisada com simpatia, senão mesmo celebrada.
(…)
À medida que o tempo passa [os portugueses] querem ver as melhorias passar do discurso para a realidade. Isto é sobretudo visível na área da saúde.
(…)
Neste momento, há a considerar vários factos novos que, longe de prefigurarem o fim próximo da coligação, podem ser próprios da crise de crescimento desta.
(…)
As correntes maioritárias do BE (…) são especialmente críticos da posição do PS nos domínios da legislação laboral (…) e no domínio da saúde.
(…)
O êxito da inovação portuguesa é o outro lado dos seus objectivos extremamente modestos, que nem sequer conseguem devolver aos portugueses o bem-estar relativo que tinham antes da crise.
(…)
Para o BE, tais limitações decorrem em última instância dos tratados que governam a política europeia (sobretudo o Tratado Orçamental).
(…)
[Os êxitos limitados da actual inovação portuguesa] decorrem também da enorme dívida pública que é insustentável e devia ser reestruturada.
(…)
Os próximos tempos vão trazer grandes desafios à articulação das esquerdas e nada indica que esses desafios não possam ser enfrentados com êxito.
(…)
É fundamental que se torne claro para a opinião pública portuguesa que o êxito das políticas dos últimos anos se deve por igual aos três partidos da coligação.
(…)
A luta mediática vai ser neste domínio muito forte e a esquerda não tem à partida muitos trunfos dado o predomínio dos comentaristas de direita na comunicação social.
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Para compensar isso é necessário que os portugueses se mobilizem socialmente para que as melhorias dos últimos anos se consolidem e aprofundem.
(…)
As forças de esquerda, sobretudo o BE e o PCP, devem estar particularmente conscientes dos riscos que correm a democracia e o bem-estar das classes trabalhadoras e médias numa Europa xenófoba crescentemente dominada por forças de extrema-direita.

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