A
ideia de que a única forma de luta democrática é a representação institucional
é de tal forma redutora que me causa espanto que alguém possa sugeri-la.
(…)
Essa
ideia de que a democracia deve ficar acantonada nas eleições serve, de facto,
uma leitura da sociedade e da política.
(…)
Um
partido que se queira transformador (…) é uma organização de pessoas
para transformar o mundo e organizar lutas sociais concretas.
O
Bloco de Esquerda é a segurança contra esse imenso e insidioso partido da
corrupção que vai dos submarinos, aos vistos gold,
e às PPP.
(…)
A
esquerda é a segurança contra o ódio.
Moro mandou para o espaço a separação
de poderes, e por isso foi um aliado indispensável quando a direita corrupta
deu um golpe político e quis disfarçá-lo de combate à corrupção.
Os
novos ditadores nascem dentro da democracia e têm votos.
(…)
O
ascenso do ódio e do medo acompanha a acção política dos novos ditadores.
(…)
A
generalizada manipulação do direito de voto, principalmente das minorias nos
EUA, acompanha também a hegemonia dos republicanos pela manipulação dos mapas
eleitorais e pelas contínuas dificuldades criadas a quem quer votar.
(…)
O
primeiro e mais grave processo de dissolução da democracia por parte destes
ditadores com votos é essencialmente a apropriação do poder judicial.
(…)
Destruindo
todas as instituições de mediação e de contrapoder, o poder torna-se
autoritário e quem o ocupa um autocrata.
(…)
Há
lá um sorriso enterrado e escondido atrás da boca dos bolsonarinhos e
trumpinhos.
Pacheco Pereira, Público (sem link)
Não
haja dúvidas de que é, portanto, um partido de poder que vai aprovar este
fim-de-semana a sua estratégia eleitoral, e isso está claramente expresso na
moção A (“Um Bloco mais forte para mudar o país”), que tem como primeira
subscritora a coordenadora da direcção, Catarina Martins.
São José Almeida, Público (sem link)
Jair
Bolsonaro (PSL), ao lado de um chicago boy
e de um círculo de generais estranhos à democracia, celebram nessas eleições
três grandes feitos: a vitória sem disputa em arena pública; a vitória da
impostura; a vitória do arbítrio.
(…)
O
populismo bolsonarista, ao invés de tratar os problemas reais e existentes,
criou novos problemas, como a violência política inaugurada entre “petistas” e
“bolsonaristas”.
(…)
Os
autocratas não agem mais como no passado, através da ação de militares e
generais com as armas em punho, exilando presidentes, suspendendo a
constituição e ocupando o palácio presidencial.
(…)
Governantes
com o perfil de Bolsonaro ameaçam a democracia de uma forma muito subtil,
incremental e lenta,
(…)
O
autoritarismo contemporâneo começa nas urnas e não mais nos quartéis.
(…)
Não
há qualquer razão na história, na política, na economia ou na ciência social
para acreditar que o autoritarismo dará qualquer solução melhor para os
problemas do Brasil.
Leonardo Leal,
Público (sem link)
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