domingo, 25 de novembro de 2018

MAIS CITAÇÕES (05)


Cerca de 90% dos estivadores no porto de Setúbal são precários: não têm contrato coletivo, são convocados por sms na véspera de cada dia de trabalho, recebem 47,66 euros por cada turno de oito horas, aos quais são subtraídos impostos.
(…)
Não têm direito a férias ou a qualquer outro direito que um contrato lhes daria.
(…)
As suas condições são de tal forma precárias que até a greve lhes é negada: quem não tem contrato não pode fazer greve e estes estivadores trabalham à jorna.
(…)
Em todo o processo, o governo desempenhou um papel à margem do Estado de direito e da Constituição. Primeiro, como denunciado pela Volkswagen, foi o próprio governo quem se empenhou na substituição dos trabalhadores precários que promoveram a paralisação.
(…)
Toda a operação foi garantida com recurso a dezenas de polícias que afastaram do local os estivadores, as famílias que os acompanhavam, os deputados à Assembleia da República que estavam presentes.
(…)
E pergunto-me: quando é que se tornou normal o Estado investir recursos públicos na sabotagem de uma paralisação legítima?
(…)
Estamos a entrar num caminho muito perigoso. A defesa do trabalho é uma obrigação de todos. Em relação à luta dos estivadores, o governo já passou todas as linhas vermelhas.

A concentração da riqueza nos EUA é acentuada. Os oito magnatas norte-americanos no topo da lista, seis Waltons e dois Kochs, possuem tanta riqueza como 44& da população dos EUA
(…)
A imaginação financeira é inesgotável, mas sai cara.
Francisco Louçã, Expresso Economia (sem link)

Esta semana vimos morrer trabalhadores em Borba porque ao longo do tempo os interesses económicos imediatos, privados e públicos, e o desleixo político se sobrepuseram às medidas indispensáveis para proteger a vida.
(…)
Esta semana, todos ficámos a saber que, no porto de Setúbal, um trabalhador pode ter de celebrar e terminar dois contratos de trabalho num mesmo dia.
(…)
Os seres humanos não podem abdicar da definição do tempo de trabalho e do tempo de não trabalho para poderem realizar muitas outras atividades e missões indispensáveis à sociedade, não podem abdicar dos direitos no trabalho como direitos humanos.

E se 66% dos portugueses consideram que apesar de vivermos em democracia, haverá sempre uma mesma elite a mandar, alguma coisa está desfasada.
Pedro Santos Guerreiro, Expresso (sem link)

Portugal tem de encarar o seu passado recente em Angola, e assumir responsabilidades por ter sido cúmplice no saque deste país e nas práticas corruptas.
Rafael Marques, Expresso (sem link)

Estamos imunizados face aos desmandos dos banqueiros e da banca. De tal forma que já aceitamos como natural e expectável o que deveria ser punido social e criminalmente.
Pedro Adão e Silva, Expresso (sem link)

Como se viu com a perestroika, quando os povos acreditam na mudança quem a promete pode facilmente perder o controlo e a mudança acontece mesmo.
Daniel Oliveira, Expresso (sem link)

Temos décadas de construção costeira por vezes em lugares que roçam a insanidade.
(…)
Somando todas as áreas que o mar já ganhou ao litoral português, contam-se 12 quilómetros do país desaparecido debaixo das ondas desde 1960.
Luísa Schmidt, Expresso (sem link)

Sem comentários:

Enviar um comentário