sábado, 29 de fevereiro de 2020
21 ANOS DO BLOCO DE ESQUERDA
A nossa luta pela transformação social vai ser cada vez mais firme, certos que estamos da justeza das propostas que defendemos.
PEDRO FILIPE SOARES DESARMA (COM MESTRIA) UM TROCA TINTAS
Entre 2018 e 2019, os bancos cobraram mais de 40 milhões
de euros em comissões. Nos últimos 12 anos, os portugueses pagaram, em média,
8,8 milhões de euros por dia em taxas e taxinhas ao sistema financeiro.
Este roubo organizado aos rendimentos de quem trabalha
não parece preocupar o deputado do Chega. André Ventura, não só chegou meia
hora atrasado ao debate parlamentar, como não apresentou uma única proposta.
PROTEGER AS CRIANÇAS DOS CRIMES SEXUAIS
A deputada Sandra Cunha alertou ontem para os crimes sexuais contra as
crianças, tal como a violência doméstica e a violação “são crimes onde se lida
com a dificuldade de obtenção e preservação de prova, com a lentidão da justiça
e com a desvalorização destes crimes levando a um baixo número de condenações e
de penas efetivas”.
CITAÇÕES
Em 2018, na sequência de um processo de
luta, que aliás aconteceu também em Setúbal, os patrões da estiva acordaram em
dar aos estivadores um aumento de 4%. Nunca cumpriram, mesmo tendo cobrado mais
aos seus clientes com o argumento de que iriam pagar mais aos trabalhadores.
(…)
[O grupo Yilport] ao mesmo tempo que
atrasa salários e propõe reduzi-los, anuncia ao Governo ter uma disponibilidade
de 122 milhões de euros para investir no Terminal de Contentores de Alcântara.
(…)
Como é que a mesma empresa não tem
dinheiro para pagar salários (deixando os homens do porto a viver com 390€
desde o início do ano) mas acena com milhões ao Governo?
(…)
Os estivadores têm sido um dos setores
que mais determinadamente tem combatido a precariedade.
Na semana passada, a justiça deu razão a
Carola Rackete, a comandante do Sea Watch 3, que desobedeceu a Salvini
em junho de 2019 ao levar 40 pessoas salvas no Mediterrâneo para porto seguro.
(…)
A prisão e a expressão mediática que [Carola
Rackete] teve foram importantes para chamar a atenção para o inferno que se
vive no Mediterrâneo.
(…)
A sua absolvição pode influenciar
decisões futuras, impedindo a detenção de quem procura impor humanidade no
maior cemitério a céu aberto dos nossos tempos.
(…)
São cada vez menos os meios disponíveis
para salvar as pessoas que arriscam a vida e é cada vez maior a vontade da
União Europeia de lhes virar as costas.
Se é indiscutível que os
grandes aglomerados humanos são portas abertas à propagação do vírus, a nossa
reacção antecipatória dá bem a nota de como somos felizes como seres gregários..
O maior número de pobres e
de pessoas em risco de pobreza são crianças, são cidadãos ativos no desemprego
e trabalhadores com salários muito baixos.
(…)
Na definição e aplicação
de políticas públicas relativas à pobreza, o foco tem sido colocado na busca de
soluções para a reparação das suas consequências, por forma a apaziguar as
consciências, e muito pouco no combate efetivo às suas causas.
(…)
Tomemos consciência de que
Portugal dispõe da riqueza suficiente para diminuir e eliminar este flagelo [da
pobreza].
(…)
O nosso empobrecimento
como nação e como povo acentua-se em vários aspetos: somos um país em rápido
envelhecimento; mantemos uma grande emigração de jovens; não se está a garantir
condições dignas de vida e de inclusão a boa parte dos imigrantes; as
desigualdades no plano territorial não param de se acentuar.
Um homem que se diz
socialista está muito à frente na competição pela nomeação para
candidato presidencial americano no Partido Democrático.
(…)
Nos EUA, um mentiroso
patológico sofrendo de uma perturbação narcisista caminha, com muito poucos
travões, para uma autocracia.
(…)
Há um movimento no PS e no
Bloco de Esquerda para candidatar
Ana Gomes à Presidência da República.
(…)
A verdade está moribunda
nas redes sociais.
(…)
Vladimir Putin manda na
verdade e na mentira e o Presidente dos EUA é o seu discípulo dilecto.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
A luta contra o amianto
nas escolas ganhou um aliado de peso. Em menos de duas semanas, a provedora de
Justiça declarou-se preocupada com a situação de incumprimento da lei 2/2011,
sobretudo no que toca às escolas.
(…)
Não existe qualquer lista
atualizada de escolas com amianto.
(…)
Os utilizadores desses
edifícios [com amianto] não têm qualquer informação quanto aos prazos de
remoção desse material.
(…)
Os acontecimentos das
últimas semanas provaram o quão errado estava e está o ministro e que eram e
são mais do que justificadas as preocupações da comunidade educativa, dos
movimentos civis e das associações ambientalistas.
(…)
[É verdade] que não há
vontade política de resolver o problema do amianto nas escolas, que não está
nas prioridades do Governo cumprir a lei 2/2011 e que o ministro da Educação
não gosta, não quer falar do assunto e vai continuar a fingir que ele não
existe.
André
Julião, “Público” (sem
link)
É importante sublinhar
este ponto: a eutanásia voluntária é uma instituição ao serviço da liberdade.
(…)
Se, na plena posse das
nossas capacidades, desejarmos morrer, o Estado não tem poder para interferir
na nossa escolha, impedindo a sua execução.
(…)
A ajuda médica para morrer
permite aumentar essa liberdade, na área de decisões sobre a morte, nos casos
de pessoas que experienciam sofrimento crónico grave e incurável.
(…)
A instituição da eutanásia
voluntária impede que a nossa morte esteja sob o controle de outras pessoas.
(…)
Obviamente, não podemos
ignorar que qualquer regulamentação da eutanásia deve proteger os cidadãos de
possíveis práticas abusivas.
(…)
As novas leis da eutanásia
voluntária são, portanto, um aprofundamento do ideal da liberdade política.
Eze Paez, “Público” (sem link)
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020
ALTA COMISSÁRIA DA ONU PARA OS DIREITOS HUMANOS DENUNCIOU VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL
Michelle
Bachelet denunciou a situação de violações de direitos humanos no Brasil no seu
discurso anual em Genebra, na Suiça. A alta comissária da ONU ainda fez um
alerta sobre os povos tradicionais: “estão aumentando as tomadas de terras
indígenas e afrodescendentes”.
A
situação dos indígenas é tema recorrente e foi criticada em cartas enviadas por
relatores da ONU ao governo brasileiro. Nas próximas semanas o líder indígena
Davi Kopenawa se reunirá com o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas
para denunciar os atentados sofridos pelos povos tradicionais. Segundo a Comissão
Pastoral da Terra o número de lideranças indígenas mortas em conflitos no campo
em 2019 foi o maior e pelo menos 11 anos. Foram 7 mortes em 2019, contra 2
mortes em 2018.
Outro
temor da representante da ONU se refere à autonomia dos movimentos sociais, dos
ataques sofridos por ONG e defensores dos direitos humanos, já que estão
aumentando os “esforços para desligitimar o trabalho da sociedade civil e o
movimento social”. No ano passado, ela já havia alertado sobre o encolhimento
do espaço cívico no Brasil, o que gerou reações desrespeitosas por parte do
governo brasileiro.
Entretanto, o governo tem ignorado as recomendações de
Bachelet e da ONU. Em 2018 eoa criticou a violência policial e, em resposta,
Bolsonaro fez uma apologia ao general Augusto Pinochet, cujo regime matou o pai
de Bachelet, a colocou na prisão e a torturou. A semana passada a alta
comissária também se reuniu com a ministra Damares, mas os assuntos debatidos
não foram divulgados.
JORGE COSTA: “GOVERNO DEVE IMPEDIR DESMANTELAMENTO DA EDP”
Jorge Costa criticou a intenção da EDP de vender seis barragens
dos distritos de Bragança e Vila Real. O deputado bloquista alertou que esta
operação vai resultar na entrega a empresas estrangeiras de um elemento-chave
da eficiência do sistema energético português.
O parlamentar chamou ainda a atenção para o facto desta venda
desproteger direitos dos trabalhadores, que ainda não receberam qualquer
garantia sobre a manutenção dos seus postos de trabalho.
FRASE DO DIA (1304)
O
Tribunal Constitucional não é um órgão para o qual quem quer que seja se
prepare para o lugar ao cabo de quarenta anos e muito menos ainda quando o
currículo que se invoca ao longo desses anos não passe de atividade partidária
no mais estrito sentido da palavra partidária.
Domingos
Lopes, “Público”
JOSÉ SOEIRO, DEPUTADO DO BLOCO, EM APOIO À GREVE DOS ESTIVADORES DO PORTO DE LISBOA
Ontem de manhã, o deputado do Bloco de Esquerda, José Soeiro, esteve com o piquete de greve dos estivadores do porto de Lisboa.
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
INVESTIR EM EDUCAÇÃO PARA ABRIR OS OLHOS AO POVO
Enquanto o povo se mantiver entretido com o futebol, telenovelas e a vida de gente do mundo do espetáculo não pensa nos seus verdadeiros problemas. A classe dominante jamais permitiria que fosse proporcionada ao povo uma educação que o levasse a questionar por que razão tantos têm tão pouco e tão poucos possuem tanto.
“QUEM TEM MEDO DOS BANQUEIROS?”
Numa declaração brilhante e
muito incisiva, Pedro Filipe Soares criticou CHEGA, Iniciativa Liberal e CDS não
terem coragem de mexer nas comissões abusivas cobradas pela banca.
“Há um abuso do sistema
financeiro perante as pessoas com taxas e comissões que rapam o seu dinheiro”
afirmou o líder parlamentar do Bloco. “É inaceitável que a Associação
Portuguesa de Bancos faça chantagem sobre um órgão de soberania do nosso país,
dizendo que não pode legislar sob pena de despedimentos e de encerramento de
balcões, criticou Pedro Filipe Soares.
FRASE DO DIA (1303)
E voltamos à
única resposta possível: Montijo porque a Vinci quer, porque foi a Vinci que
escolheu, porque o anterior Governo PSD/CDS aceitou e o atual governo
continuou.
TRAVAR OS ABUSOS DA BANCA
“O que o bloco propõe é simples:
travar os abusos da banca”
Mariana Mortágua apresentou esta
quinta-feira os 5 projetos de lei do Bloco propondo o acesso de todos a
serviços básicos bancários a custos controlados, o fim das comissões bancárias
absurdas, o fim das comissões no MBway, a proibição de alterações unilaterais
aos contratos de crédito e critérios de transparência e rigor à política de
comissões da Caixa Geral de Depósitos.
“Não cederemos às chantagens e
pressões da banca e esperamos que para bem dos consumidores e do interesse
público que mais ninguém o faça”, afirmou a deputada.
Saiba mais sobre o que o Bloco
propõe para travar as comissões abusivas aqui.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020
“NOVA INJEÇÃO NO NOVO BANCO PREJUDICA DUPLAMENTE OS CONTRIBUINTES”
“O Ministro das Finanças deve explicar ao Parlamento e ao país
porque é que o Governo inscreveu no orçamento que o Novo Banco teria um impacto
nas contas públicas de €600M e, afinal, esse efeito será de €1037M” afirmou
Mariana Mortágua, acrescentando que “ao não ajustar as previsões, o Governo
prejudica duplamente os contribuintes. por um lado, pela injeção que virá a ser
feita diretamente pelo tesouro no Fundo de Resolução e, por outro, pelas
consequências de uma redução adicional de 400 milhões feita às custas de
despesas em serviços públicos”.
FRASE DO DIA (1302)
Percebe-se
que perante os problemas reais que nos levanta um mundo que ficou demasiado
pequeno e demasiado rápido perante Estados demasiado impotentes, as frases
bondosas sobre as maravilhas da globalização são inúteis e até irresponsáveis.
“É OU NÃO INTENÇÃO DO PS REABRIR OS SERVIÇOS PÚBLICOS NO INTERIOR?”
O deputado bloquista José Maria Cardoso acusou o PS de ter
desistido da regionalização e que o Bloco de Esquerda tem apresentado soluções
sérias para inovar e responder às necessidades das populações. O deputado
lembrou que o Bloco tem defendido a reabertura de serviços públicos no interior
e apresentou um plano estratégico para o desenvolvimento do interior, tendo
ambas as propostas sido chumbadas pelo PS.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2020
ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
Neste dia (25 Fevereiro de 1869) era decretada a extinção da escravatura em todos os domínios portugueses. É óbvio que a aplicação efetiva desta lei demorou muito tempo e, de facto, a escravatura só terminou muito depois. Em Portugal a última escrava morreu em 1930.
PROTESTOS PALESTINIANOS CONTRA ROUBO DE TERRAS PELOS ISRAELITAS
Há quatro dias tiveram lugar confrontos com forças israelitas de ocupação porque estas atacaram palestinianos participantes numa campanha de plantação de oliveiras na aldeia de Asira al-Qbilia a sul de Nablus, em protesto contra as tentativas dos israelitas de lá tomarem posse de grandes faixas de terra.
FRASE DO DIA (1301)
O JRS [Serviço Jesuíta aos
Refugiados] condena veementemente as atrocidades que os migrantes e refugiados
vivem e os direitos humanos que são negligenciados no pesadelo e vergonha em
que se tornaram estas ilhas [gregas].
André Costa Jorge, “Público”
JOANA MORTÁGUA NO CONGRESSO DO PARTIDO DEMOCRÁTICO DO POVO (CURDO)
Joana R. Mortágua esteve este domingo no Congresso do Partido Democrático
do Povo. O HDP é um partido de esquerda pró curdo que tem estado na oposição
democrática ao governo cada vez mais autoritário de Erdogan.
Com milhares de presos políticos e uma organização de mães que
choram os filhos e filhas mortos, eles anda sabem dançar. O povo curdo merece a
nossa solidariedade contra a repressão de que é vítima e pelo papel no combate
ao “Estado Islâmico”. Solidariedade com um projeto político, secular,
democrático e anti-patriarcal.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
A LEGALIDADE NÃO É UM GUIA PARA A MORALIDADE
A escravatura, a segregação racial e o holocausto estavam na lei.
Libertar escravos, protestar contra o racismo e esconder judeus eram crimes.
CENTRO DE EXPERIMENTAÇÃO AGRÁRIA DE TAVIRA (OU PARTE DELE) DESTRUÍDO POR CAUSA DE UMA ESTRADA?...
Na sua qualidade de deputado, João Vasconcelos visitou hoje o Centro de Experimentação Agrária de
Tavira (CEAT) e reuniu com os responsáveis da Direção Regional de Agricultura
do Algarve (DRAP).
CEAT reúne centenas de variedade de árvores de fruto e a maior
coleção de citrinos, a qual irá ser destruída por uma estrada da
responsabilidade da Infraestruturas de Portugal devido à eliminação de uma
passagem de nível na cidade.
Mas não há alternativas? Extraordinário!
O Grupo Parlamentar do Bloco vai questionar o Governo.
FRASE DO DIA (1301)
Reconhecer
um Presidente [Juan Guiadó] que, para além de não ter
sido eleito, não tem qualquer poder real ou espera vir a tê-lo no curto ou
médio prazo, foi um ato irresponsável ditado por interesses estranhos ao nosso
país.
ENFERMEIROS DO ALGARVE EM GREVE
As administrações do Centro Hospitalar e Universitário do
Algarve, EPE e da ARS Algarve, IP enganaram os enfermeiros, ao terem assumido compromissos
escritos antes das eleições, mas não os concretizaram após as mesmas.
- Estão a prejudicar centenas nas suas progressões salariais;
- Há enfermeiros com 18 anos de profissão com o mesmo vencimento
que um recém cursado.
Os enfermeiros garantem cuidados 24/24 horas em condições
adversas e apesar das carências conhecidas. Não merecem ser tratados desta
forma.
domingo, 23 de fevereiro de 2020
ZECA AFONSO FALECEU FAZ HOJE 33 ANOS
A 23 de Fevereiro de 1987, às 3:00h, morre no Hospital de Setúbal, José Afonso. Nunca o esqueceremos.
ESGOTO A CÉU ABERTO NA PRAIA DO VAU
Ontem, por volta das 8h, corria a céu aberto na Praia do Vau, um esgoto de onde exalava um cheiro nauseabundo. O cidadão comum não entende uma situação destas numa das melhores praias do concelho de Portimão.
MAIS CITAÇÕES (70)
A quezília sobre a ida de Centeno para o
Banco de Portugal é uma encenação curiosa.
(…)
Os friedmanistas argumentaram que a
independência dos bancos centrais era a forma de combater a inflação,
entregando aos tecnocratas o controlo que era retirado aos políticos. A
justificação era abertamente antidemocrática.
(…)
[Segundo os sucessores de Milton Friedman],
a política monetária só poderia alterar preços, ou seja, estimular a inflação,
e não respondia a uma recessão.
(…)
O próprio banco devia promover a
desregulamentação para favorecer o mercado.
(…)
O banco central independente é a
contraparte ideal para um sistema financeiro desregulado, como aliás se
verificou nas histórias recentes dos EUA e da Europa.
(…)
O resultado foram 30 anos de desastres e
banditismo financeiro conduzindo à crise financeira e recessão de 2008-9. E,
quando foi preciso salvar o euro, foi a política monetária expansionista que
foi usada, contrariando o dogma.
(…)
A independência é um embuste e, por mim,
prefiro a responsabilidade democrática, que seja um poder eleito a responder
pelo banco central do que um tecnocrata.
(…)
Não sei se [Centeno] não quer formar um
governo-sombra na Rua do Ouro, em nome de tal independência do banco.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
As nossas sociedades dependem de tabus,
limites e vergonha para operarem.
(…)
Portugal é um país com mais racismo do
que gostamos de reconhecer o que aliás é sugerido pelos inquéritos europeus e
comprovado quotidianamente.
(…)
A questão está aí: a vergonha de se ser
racista está a dissipar-se – como a vergonha em relação a muitas outras
posições moralmente inaceitáveis.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
Marega acordou uma parte silenciosa do
país.
(…)
Dez comentários a dizer que vão deixar de
votar nele [André Ventura] e assuata-se, umas críticasna imprensa e muda o
programa.
(…)
O gesto de Marega não calará um único
grunho. mas o nosso silêncio passou a não ter desculpa.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
Se deixamos de acreditar nos juízes,
passamos a acreditar em nada.
(…)
Ficamos a saber que há sorteios
automáticos [de juízes] que afinal são manuais que afinal não são sorteios.
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
[No mundo do futebol] há leis mas mal se
aplicam, como se começa a perceber pelo que sucedeu em Guimarães no passado fim
de semana.
Editorial, “Expresso”
(sem link)
Não é a eutanásia que mata
velhinhos, mas a falta de dignidade, a falta de tempo, a falta de amor.
(…)
[A eutanásia é] para
pessoas conscientes da sua dor, da sua vida e da sua morte, que querem ter
o direito a morrer com dignidade.
(…)
Se queremos vida, é
preciso apostar em mais direitos para os trabalhadores, para que possam ser
cuidadores sem medos de perderem o emprego caso tenham de tirar dias para
acompanhar os filhos ou os pais.
(…)
É preciso apostar em mais
qualidade de vida para que tenhamos direito a uma morte digna.
Bárbara
Wong, “Público” (sem
link)
Passos voltou em força.
Acompanharam-no todos os pesos pesados dos seus quatro anos de empobrecimento
dos portugueses.
(…)
O modo como os
desenvolvimentos políticos acontecem vai trazendo para cima da mesa um deslizar
do PS para o centro, onde Rui Rio proclama que é o seu lugar.
(…)
Passos parece ter decidido
convidar o diabo para infernizar a vida de Rui Rio.
Domingos
Lopes, “Público” (sem
link)
É difícil encontrar tema tão debatido neste país
[como o da despenalização da eutanásia].
(…)
Se [Marcelo] vetar, será
apenas pelas suas convicções pessoais, pois todos os estudos de opinião
realizados nos últimos anos mostram, de forma inequívoca, que a sociedade
portuguesa deseja a despenalização da morte assistida.
Bruno Maia, “Público”
(sem link)
O mito da «existência residual» [do
racismo] vem do pré-Abril e de um Portugal «multirracial», desenhado do Minho a
Timor, que escondia graves antagonismos de natureza étnica, tal como a lógica
corporativa o fazia em relação às classes sociais.
(…)
Já o mito de uma relação de
«cordialidade» dos portugueses brancos e negros tomou inúmeras vezes a dimensão
de paternalismo que jamais deixou de ser uma outra forma de racismo.
(…)
Portugal não é um «país racista». Mas é
um país onde inegavelmente existe racismo e se movimentam muitos racistas.
sábado, 22 de fevereiro de 2020
É PRECISO ACABAR COM A IMPUNIDADE DA ELITE FINANCEIRA
Oito banqueiros devem ao Estado um total de quase 17 milhões de
euros só em multas…
Mas a culpa acaba
quase sempre por morrer solteira: com recursos sucessivos aos Tribunais e
alegações de ausência de bens os pagamentos vão sendo arrastados até prescreverem.
Entre 2008 e 2018
foram injetados mais de 18 mil milhões de euros para salvar bancos. O que
poderíamos fazer com esse dinheiro? Quantos hospitais? Quantas escolas?
De todos estes
banqueiros corruptos apenas três foram condenados e só um está preso. É preciso
acabar com a impunidade da elite financeira. cursos sucessivos aos tribunais e alegações de ausência de bens,
os pagamentos vão sendo arrastados até prescreverem.
CITAÇÕES
Os atentados terroristas de
extrema-direita começam a dar sinais na Alemanha e com consequências trágicas.
(…)
A chegada a cargos institucionais por
parte do partido de extrema-direita AfD não se traduziu numa perda de força,
mas antes numa normalização que é perigosa.
(…)
A eleição [na Turíngia] de um governador
de extrema-direita com o apoio do partido de Angela Merkel, CDU. O escândalo
levou à demissão da Presidente da CDU alemã, mas o precedente criou-se.
A aprovação, na generalidade, dos cinco
projetos de lei que despenalizam a eutanásia, foi um passo de enorme
importância na ampliação do respeito e da tolerância para com as diferentes
mundivisões e formas de encarar a vida e a morte.
(…)
Há vitórias que se saúdam, mas não
precisam da exibição contra os derrotados.
(…)
Com esta lei [da despenalização da morte
assistida], na realidade, ganham todas as pessoas, das várias opiniões.
(…)
Como já foi assinalado, o debate de
ontem [quinta-feira] foi, salvo pouquíssimas exceções, marcado pelos argumentos
mais do que pela berraria.
(…)
Os estudos indicam haver uma claríssima
maioria favorável a uma lei que respeite as diferentes convicções das pessoas
acerca do modo como querem morrer quando confrontadas com uma situação
irreversível e de grande sofrimento.
(…)
Portugal teve ontem [quinta-feira] um
ganho importante de liberdade, porque de respeito pela escolha de cada um e de
cada uma.
Um jogador de futebol
faz-nos debater, sem aspas, o racismo em Portugal.
(…)
Foi um cidadão sem
complexos de colonialismo português, maliano de naturalidade francesa, a fazer
o que ainda não tinha sido feito num campo de futebol em Portugal.
(…)
Algo está muito errado
quando vemos um deputado eleito a garantir que se está "nas tintas para a
Constituição", negando a existência de racismo porque os hipócritas
"não passarão".
Uma economia que aumenta o
peso de setores de baixo valor acrescentado e mantém o vício dos baixos
salários bloqueia o desenvolvimento.
(…)
O Governo e, em
particular, o primeiro-ministro têm reconhecido expressões da persistência
desse clima económico e social depressivo e ameaçador, mas não afrontam as suas
causas.
(…)
Compromissos que pareciam
estratégicos, como por exemplo a Lei de Bases da Saúde, passam paradoxalmente a
meras declarações de princípio, quando o primeiro ato significativo na área é
pôr em marcha uma nova parceria público-privada.
(…)
O Governo devia
empenhar-se em valorizar o trabalho, por exemplo, impedindo a caducidade dos
contratos coletivos, dinamizando a negociação e combatendo a precariedade.
Apesar das consequências
negativas que terão na qualidade de vida dos cidadãos de Lisboa, [as obras de
expansão do aeroporto Humberto Delgado], não foram objeto de licenciamento nem
da obrigatória avaliação de impacto ambiental (AIA).
(…)
Enquanto autarca [António
Costa] reconheceu que os lisboetas têm direito ao descanso noturno, ao respeito
pelas leis do ruído, à habitação, à saúde e à segurança.
(…)
O que sobra é a realpolitik que afasta os
cidadãos, esvaziada da sua dimensão ambiental e negligente em relação aos
compromissos internacionais a que o país aderiu, designadamente o Acordo de
Paris e as suas metas de descarbonização da economia.
(…)
Ao “plantar” um aeroporto
no Montijo – barato para quem o pretende construir e explorar –, a ANA/Vinci e
o Governo estão obviamente a sacrificar o interesse público.
(…)
O próprio ministro das
Infraestruturas já reconheceu que a privatização da ANA se converteu num
ruinoso negócio para o país, mas persiste-se no erro.
Pedro
Soares, “Público” (sem
link)
Onde eu penso que são mais
graves os fenómenos de racismo é naquilo que se pode chamar conflitos de
proximidade.
(…)
O racismo não caracteriza
a vida de Guimarães, mas a violência no futebol caracteriza.
(…)
Se há questão no que
aconteceu, é mostrar o futebol como um dos reservatórios de violência na
sociedade portuguesa e, sendo assim, naturalmente contendo o racismo na
panóplia dessa violência latente.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
Defender um sistema de
saúde universal para todos é uma das ideias de campanha que mais ataques tem
valido ao senador Bernie Sanders, a quem Donald Trump volta e meia acusa de ser
socialista.
(…)
Desde que Cuba decidiu acabar com o programa Mais
Médicos do Brasil em
Novembro de 2018, depois das muitas críticas de Jair Bolsonaro na campanha
presidencial, que as cidades brasileiras perderam um quinto dos seus médicos de
família.
(…)
Bolsonaro, que chegou a
acusar os profissionais cubanos de estarem no país para “formar núcleos de
guerrilha”, prepara-se
agora para contratar os 1800 médicos cubanos que
ficaram no Brasil quando o programa de cooperação foi interrompido.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020
A EMERGÊNCIA CLIMÁTICA EXISTE E NÃO VAI ACALMAR
De cada vez que, a nível internacional, tem
lugar uma reunião cuja finalidade é o desenvolvimento concertado de ações em
prol da emergência climática, ficamos com uma ideia cada vez mais firme de que
nada de importante de lá sai senão a certeza de que as alterações do clima se irão
agravar em crescendo. Os grandes interesses representados pelas principais
potências impedem que qualquer medida efetivamente importante seja tomada e,
principalmente, cumprida. É sempre mais do mesmo e, o pior de tudo, é que as
populações já se vão habituando a essa farsa.
Por cá, e à nossa escala, as coisas não são
muito diferentes. O cidadão menos desatento vai percebendo que, perante
qualquer obra pública de grande envergadura e com previsto impacto ambiental, a
obra tende a avançar, independentemente das consequências àquele nível. Todos
os argumentos são arregimentados menos aqueles que, de facto, tenham em conta a
emergência climática em que vivemos. E a verdade é que sempre se verifica a
possibilidade de alternativas desde que haja vontade política de colocar à
frente os interesses das populações e não os do domínio do poder financeiro.
O exemplo atualmente em discussão em
Portugal tem a ver com o plano para o novo aeroporto que servirá Lisboa, com
avaliações de impacto ambiental “ridículas” e em que poucos acreditam, sem que
isso leve o Governo a tomar a decisão mais correta. João Camargo, o conhecido
investigador em alterações climáticas, assina no “Público” de hoje um interessante
artigo em que toma uma posição muito firme sobre esta temática e cujo conteúdo
deixamos a seguir.
O plano do novo aeroporto
do Montijo não arrancou e já é uma comédia em chamas: avaliações de impacto
ambiental ridículas (ainda alguém acredita nelas?), imposição ao poder local,
riscos graves de inundação, processos em tribunal, pássaros estúpidos, leis
marteladas para aprovar um projecto catastrófico. Seria difícil planear um
projecto para angariar tanta antipatia, um tal compêndio de suspeição,
hipocrisia, incoerência, incompetência e autoritarismo. É um projecto morto à
nascença, mas tanto não pode haver aeroporto no Montijo como não pode haver
aeroporto em Alverca, em Alcochete ou onde quer que seja. Vivemos numa
emergência climática, novos projectos que aumentam dramaticamente as emissões
só podem ter um destino: ser parados. E serão.
A última justificação para
a “imprescindibilidade” de um novo aeroporto no Montijo é que se perdem 400 mil
passageiros por ano, segundo o ministro das Infraestruturas e da Habitação,
Pedro Nuno Santos. Considerando que em 2018 o Aeroporto da Portela recebeu mais
de 30 milhões de passageiros, fica por perceber qual é mesmo o argumento. Dizem
que há 40 anos que deveria ter sido construído um aeroporto em Lisboa.
Acrescentam que se anda há décadas a brincar aos aeroportos – noutra altura
andava-se a tentar construir um Estado Social e um país decente, depois a
resgatar o festim das privatizações e da crise dos bancos e, portanto, não é de
estranhar que tal projecto não tenha sido, e bem, prioritário. O actual governo
pretende montar a derradeira “brincadeira” que é propor uma expansão
aeroportuária que passe dos 30 milhões de passageiros por ano para os 60
milhões de passageiros por ano.
Como há 40 anos devia ter sido
construído um aeroporto, e há 30 também, como há 20 ou há dez teoricamente
também, nada do que tenha acontecido entretanto justificaria cancelar isto,
segundo a elite económica, os argumentistas. O facto de termos de fazer um
corte radical das emissões de gases com efeito de estufa é considerado
facultativo, o que justifica a possibilidade de passarmos de 4,5 a 4,6 milhões
de toneladas de dióxido de carbono emitidas em 2019 pelo Aeroporto de Lisboa
para as nove milhões de toneladas que uma duplicação dos passageiros implicaria
(além das emissões subvalorizadas feitas na troposfera pelos aviões).
O ministro do Ambiente, parece, já
garantiu que os voos do futuro far-se-ão por passarola, tecnologia sem emissões
e em acelerado desenvolvimento, e António Costa disse no lançamento da Capital
Verde que “o novo aeroporto vai produzir dois milhões de toneladas por ano” em
2050. Fora do campo da imaginação à la Júlio Verne destes governantes,
tal nível de emissões só é possível se o Montijo já
estiver debaixo de água nessa altura.
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O cumprimento integral das metas das
políticas públicas climáticas portuguesas (tanto o Roteiro para a Neutralidade
de Carbono 2050 como o Plano Nacional de Energia e Clima) não é suficiente para
manter o aumento da temperatura até 2100 abaixo dos 1,5ºC. Projectos como o do
aeroporto (e outros) foram
convenientemente deixados de fora destas contas e agravariam ainda
mais o buraco entre aquilo que teoricamente será feito e aquilo que é
imprescindível cortar em emissões. Contabilidade criativa pode servir para
arremesso político na dívida pública e no défice, mas não serve para a química
atmosférica, que não tem sentido de humor.
Não nos devemos deter apenas em política
futura e na exclusão dos impactos climáticos de qualquer avaliação de um novo
aeroporto. Actualmente, Portugal apoia activamente a indústria aeroportuária e
a sua expansão, com incentivos financeiros, monetários e fiscais. Impostos sobre emissões de bilhetes? Em
Portugal são zero (no Reino Unido são 43€, em Itália 19€, na Alemanha 13€ e em
França 9€). O IVA para os vossos domésticos é de 6% e para os voos
internacionais é de 0%. Toda a Europa “verde” isenta de impostos os
combustíveis dos aviões. Taxa de ruído? Também zero. Um verdadeiro offshore
para a aviação numa paródia nacional em que se diz que há prioridade para a
ferrovia.
Depois de ter percebido que a Autoridade
Nacional da Aviação Civil vai chumbar o Aeroporto do Montijo, o governo
anunciou que vai inventar uma nova lei para permitir a construção na mesma.
Disse ainda que os pássaros não
são estúpidos e “é provável que se adaptem” a um novo aeroporto.
Tantas aberrações parecem de propósito e talvez indiquem que o Governo já está,
de facto, a desistir do projecto. Só falta aparecer o Leslie Nielsen numa
conferência de imprensa a falar das vantagens das pistas subaquáticas para a
Saúde para termos a certeza de que esta é a sequela da comédia Aeroplano.
Há que deixar uma mensagem claríssima, quer esta tragicomédia avance mais
um pouco ou não: não haverá novo aeroporto no Montijo ou em qualquer outro
sítio. O business as usual morreu e as ladainhas requentadas do
desenvolvimento e riqueza associados ao capitalismo fóssil não servem o futuro
de ninguém. Não há economia nem empregos no colapso climático e a nossa
prioridade é salvar as condições que permitam um futuro. Não vamos ficar a
rir-nos enquanto constroem a nossa tragédia colectiva.
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