Não é [que os partidários do referendo à
despenalização da morte assistida] queiram genuinamente um referendo (…) mas
este serve para tentar empatar a decisão do Parlamento.
(…)
O que se decide no reconhecimento de um
direito não é só se sim ou não, é sobretudo como.
(…)
Só uma lei elaborada com rigor, a prudência
e sentido de equilíbrio pode responder com seriedade a um desafio tão complexo.
José Manuel
Pureza, “Expresso” (sem link)
O primeiro erro [da Igreja Católica] é
pretender que a religião tem uma legitimidade transcendente a que o Parlamento deve
obedecer.
(…)
[Importa pouco] que Cavaco avise
soturnamente que os nomes dos deputados devem ficar registados para vinganças
futuras.
(…)
É um erro ameaçar o que não se pode.
Derrotada, a Igreja Católica ficará mais fraca.
(…)
[O segundo erro] é que a proposta de
referendo é um sacrilégio e religiosamente inaceitável pela doutrina da Igreja
que agora o propõe.
(…)
A proposta de referendo é, para os
bispos, uma renúncia ao sagrado, além de ser um jogo político.
(…)
Uma lei sobre direitos individuais não
se referenda e, por isso, os partidos que a propõem (…) rejeitarão a proposta da
Igreja Católica e da extrema-direita.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
O futebol parece mais um mundo à parte
do que uma parte do mundo.
(…)
[O futebol tem] um código de conduta que
se julga à margem do código penal.
(…)
A política faz em público de conta que
os clubes de futebol não existem.
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
A polarização política aumenta após a eleição
de partidos radicais e deve ser vista mais como consequência do que causa para
a entrada desses partidos nos parlamentos.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
Mesmo que insistam que é “uma questão de
consciência” as leis são sempre uma questão política.
(…)
Sempre que a Igreja Católica não
concorda com uma lei, ela ganha o estatuto automático de “fraturante”, o
Parlamento parece ficar diminuído nos seus poderes.
(…)
O argumento derradeiro para o referendo [sobre
a eutanásia] é sempre o mesmo: não houve debate. Só que, neste caso, isso não é
verdade.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
A
empresa Facebook, disposta a fornecer uma plataforma para má
informação/desinformação e manipulação política, independentemente das
consequências para a democracia, mostrou os perigos de uma economia de
vigilância monopolista controlada pelo setor privado.
(…)
A reunião [de Davos] deste ano destacou
o desencanto com o modelo americano cada vez mais dominante de empresas que dão
prioridade aos acionistas e maximizam os lucros.
(…)
Em suma, o capitalismo sem restrições
desempenhou um papel central na criação das múltiplas crises que as sociedades
enfrentam atualmente.
Joseph E.
Stiglitz, “Expresso” Economia (sem link)
O mundo está perigoso e os
perigos são assinaláveis também em Portugal.
(…)
Populismo e elitismo
opõem-se ao pluralismo da democracia representativa e das suas instituições.
(…)
O populismo não é
especificamente de extrema-direita, mas tende a localizar-se nesse espaço
político.
(…)
[O populismo] é
visceralmente contra a democracia (liberal), ao rejeitar todos os freios e contrapesos do
Estado de direito democrático.
(…)
Com ideias antigas de
supremacismo nacionalista, xenofobia, racismo, comunitarismo particularista,
identitarismo, o populismo actual tem facetas novas, uma das quais – embora
também não seja completamente novo – é a forma como utilizam a democracia para
chegarem ao poder, não a destruindo de imediato, mesmo se o objectivo último é
essa destruição.
Irene
Flunser Pimentel, “Público” (sem
link)
Portugal tem hoje uma
população envelhecida num país (ainda) pleno de desigualdades.
(…)
O país, como um todo, é um
exemplo de políticas de coesão social por cumprir.
Pedro Góis, “Público” (sem link)
Sem comentários:
Enviar um comentário