Michelle
Bachelet denunciou a situação de violações de direitos humanos no Brasil no seu
discurso anual em Genebra, na Suiça. A alta comissária da ONU ainda fez um
alerta sobre os povos tradicionais: “estão aumentando as tomadas de terras
indígenas e afrodescendentes”.
A
situação dos indígenas é tema recorrente e foi criticada em cartas enviadas por
relatores da ONU ao governo brasileiro. Nas próximas semanas o líder indígena
Davi Kopenawa se reunirá com o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas
para denunciar os atentados sofridos pelos povos tradicionais. Segundo a Comissão
Pastoral da Terra o número de lideranças indígenas mortas em conflitos no campo
em 2019 foi o maior e pelo menos 11 anos. Foram 7 mortes em 2019, contra 2
mortes em 2018.
Outro
temor da representante da ONU se refere à autonomia dos movimentos sociais, dos
ataques sofridos por ONG e defensores dos direitos humanos, já que estão
aumentando os “esforços para desligitimar o trabalho da sociedade civil e o
movimento social”. No ano passado, ela já havia alertado sobre o encolhimento
do espaço cívico no Brasil, o que gerou reações desrespeitosas por parte do
governo brasileiro.
Entretanto, o governo tem ignorado as recomendações de
Bachelet e da ONU. Em 2018 eoa criticou a violência policial e, em resposta,
Bolsonaro fez uma apologia ao general Augusto Pinochet, cujo regime matou o pai
de Bachelet, a colocou na prisão e a torturou. A semana passada a alta
comissária também se reuniu com a ministra Damares, mas os assuntos debatidos
não foram divulgados.
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