Em 2018, na sequência de um processo de
luta, que aliás aconteceu também em Setúbal, os patrões da estiva acordaram em
dar aos estivadores um aumento de 4%. Nunca cumpriram, mesmo tendo cobrado mais
aos seus clientes com o argumento de que iriam pagar mais aos trabalhadores.
(…)
[O grupo Yilport] ao mesmo tempo que
atrasa salários e propõe reduzi-los, anuncia ao Governo ter uma disponibilidade
de 122 milhões de euros para investir no Terminal de Contentores de Alcântara.
(…)
Como é que a mesma empresa não tem
dinheiro para pagar salários (deixando os homens do porto a viver com 390€
desde o início do ano) mas acena com milhões ao Governo?
(…)
Os estivadores têm sido um dos setores
que mais determinadamente tem combatido a precariedade.
Na semana passada, a justiça deu razão a
Carola Rackete, a comandante do Sea Watch 3, que desobedeceu a Salvini
em junho de 2019 ao levar 40 pessoas salvas no Mediterrâneo para porto seguro.
(…)
A prisão e a expressão mediática que [Carola
Rackete] teve foram importantes para chamar a atenção para o inferno que se
vive no Mediterrâneo.
(…)
A sua absolvição pode influenciar
decisões futuras, impedindo a detenção de quem procura impor humanidade no
maior cemitério a céu aberto dos nossos tempos.
(…)
São cada vez menos os meios disponíveis
para salvar as pessoas que arriscam a vida e é cada vez maior a vontade da
União Europeia de lhes virar as costas.
Se é indiscutível que os
grandes aglomerados humanos são portas abertas à propagação do vírus, a nossa
reacção antecipatória dá bem a nota de como somos felizes como seres gregários..
O maior número de pobres e
de pessoas em risco de pobreza são crianças, são cidadãos ativos no desemprego
e trabalhadores com salários muito baixos.
(…)
Na definição e aplicação
de políticas públicas relativas à pobreza, o foco tem sido colocado na busca de
soluções para a reparação das suas consequências, por forma a apaziguar as
consciências, e muito pouco no combate efetivo às suas causas.
(…)
Tomemos consciência de que
Portugal dispõe da riqueza suficiente para diminuir e eliminar este flagelo [da
pobreza].
(…)
O nosso empobrecimento
como nação e como povo acentua-se em vários aspetos: somos um país em rápido
envelhecimento; mantemos uma grande emigração de jovens; não se está a garantir
condições dignas de vida e de inclusão a boa parte dos imigrantes; as
desigualdades no plano territorial não param de se acentuar.
Um homem que se diz
socialista está muito à frente na competição pela nomeação para
candidato presidencial americano no Partido Democrático.
(…)
Nos EUA, um mentiroso
patológico sofrendo de uma perturbação narcisista caminha, com muito poucos
travões, para uma autocracia.
(…)
Há um movimento no PS e no
Bloco de Esquerda para candidatar
Ana Gomes à Presidência da República.
(…)
A verdade está moribunda
nas redes sociais.
(…)
Vladimir Putin manda na
verdade e na mentira e o Presidente dos EUA é o seu discípulo dilecto.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
A luta contra o amianto
nas escolas ganhou um aliado de peso. Em menos de duas semanas, a provedora de
Justiça declarou-se preocupada com a situação de incumprimento da lei 2/2011,
sobretudo no que toca às escolas.
(…)
Não existe qualquer lista
atualizada de escolas com amianto.
(…)
Os utilizadores desses
edifícios [com amianto] não têm qualquer informação quanto aos prazos de
remoção desse material.
(…)
Os acontecimentos das
últimas semanas provaram o quão errado estava e está o ministro e que eram e
são mais do que justificadas as preocupações da comunidade educativa, dos
movimentos civis e das associações ambientalistas.
(…)
[É verdade] que não há
vontade política de resolver o problema do amianto nas escolas, que não está
nas prioridades do Governo cumprir a lei 2/2011 e que o ministro da Educação
não gosta, não quer falar do assunto e vai continuar a fingir que ele não
existe.
André
Julião, “Público” (sem
link)
É importante sublinhar
este ponto: a eutanásia voluntária é uma instituição ao serviço da liberdade.
(…)
Se, na plena posse das
nossas capacidades, desejarmos morrer, o Estado não tem poder para interferir
na nossa escolha, impedindo a sua execução.
(…)
A ajuda médica para morrer
permite aumentar essa liberdade, na área de decisões sobre a morte, nos casos
de pessoas que experienciam sofrimento crónico grave e incurável.
(…)
A instituição da eutanásia
voluntária impede que a nossa morte esteja sob o controle de outras pessoas.
(…)
Obviamente, não podemos
ignorar que qualquer regulamentação da eutanásia deve proteger os cidadãos de
possíveis práticas abusivas.
(…)
As novas leis da eutanásia
voluntária são, portanto, um aprofundamento do ideal da liberdade política.
Eze Paez, “Público” (sem link)
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