Os atentados terroristas de
extrema-direita começam a dar sinais na Alemanha e com consequências trágicas.
(…)
A chegada a cargos institucionais por
parte do partido de extrema-direita AfD não se traduziu numa perda de força,
mas antes numa normalização que é perigosa.
(…)
A eleição [na Turíngia] de um governador
de extrema-direita com o apoio do partido de Angela Merkel, CDU. O escândalo
levou à demissão da Presidente da CDU alemã, mas o precedente criou-se.
A aprovação, na generalidade, dos cinco
projetos de lei que despenalizam a eutanásia, foi um passo de enorme
importância na ampliação do respeito e da tolerância para com as diferentes
mundivisões e formas de encarar a vida e a morte.
(…)
Há vitórias que se saúdam, mas não
precisam da exibição contra os derrotados.
(…)
Com esta lei [da despenalização da morte
assistida], na realidade, ganham todas as pessoas, das várias opiniões.
(…)
Como já foi assinalado, o debate de
ontem [quinta-feira] foi, salvo pouquíssimas exceções, marcado pelos argumentos
mais do que pela berraria.
(…)
Os estudos indicam haver uma claríssima
maioria favorável a uma lei que respeite as diferentes convicções das pessoas
acerca do modo como querem morrer quando confrontadas com uma situação
irreversível e de grande sofrimento.
(…)
Portugal teve ontem [quinta-feira] um
ganho importante de liberdade, porque de respeito pela escolha de cada um e de
cada uma.
Um jogador de futebol
faz-nos debater, sem aspas, o racismo em Portugal.
(…)
Foi um cidadão sem
complexos de colonialismo português, maliano de naturalidade francesa, a fazer
o que ainda não tinha sido feito num campo de futebol em Portugal.
(…)
Algo está muito errado
quando vemos um deputado eleito a garantir que se está "nas tintas para a
Constituição", negando a existência de racismo porque os hipócritas
"não passarão".
Uma economia que aumenta o
peso de setores de baixo valor acrescentado e mantém o vício dos baixos
salários bloqueia o desenvolvimento.
(…)
O Governo e, em
particular, o primeiro-ministro têm reconhecido expressões da persistência
desse clima económico e social depressivo e ameaçador, mas não afrontam as suas
causas.
(…)
Compromissos que pareciam
estratégicos, como por exemplo a Lei de Bases da Saúde, passam paradoxalmente a
meras declarações de princípio, quando o primeiro ato significativo na área é
pôr em marcha uma nova parceria público-privada.
(…)
O Governo devia
empenhar-se em valorizar o trabalho, por exemplo, impedindo a caducidade dos
contratos coletivos, dinamizando a negociação e combatendo a precariedade.
Apesar das consequências
negativas que terão na qualidade de vida dos cidadãos de Lisboa, [as obras de
expansão do aeroporto Humberto Delgado], não foram objeto de licenciamento nem
da obrigatória avaliação de impacto ambiental (AIA).
(…)
Enquanto autarca [António
Costa] reconheceu que os lisboetas têm direito ao descanso noturno, ao respeito
pelas leis do ruído, à habitação, à saúde e à segurança.
(…)
O que sobra é a realpolitik que afasta os
cidadãos, esvaziada da sua dimensão ambiental e negligente em relação aos
compromissos internacionais a que o país aderiu, designadamente o Acordo de
Paris e as suas metas de descarbonização da economia.
(…)
Ao “plantar” um aeroporto
no Montijo – barato para quem o pretende construir e explorar –, a ANA/Vinci e
o Governo estão obviamente a sacrificar o interesse público.
(…)
O próprio ministro das
Infraestruturas já reconheceu que a privatização da ANA se converteu num
ruinoso negócio para o país, mas persiste-se no erro.
Pedro
Soares, “Público” (sem
link)
Onde eu penso que são mais
graves os fenómenos de racismo é naquilo que se pode chamar conflitos de
proximidade.
(…)
O racismo não caracteriza
a vida de Guimarães, mas a violência no futebol caracteriza.
(…)
Se há questão no que
aconteceu, é mostrar o futebol como um dos reservatórios de violência na
sociedade portuguesa e, sendo assim, naturalmente contendo o racismo na
panóplia dessa violência latente.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
Defender um sistema de
saúde universal para todos é uma das ideias de campanha que mais ataques tem
valido ao senador Bernie Sanders, a quem Donald Trump volta e meia acusa de ser
socialista.
(…)
Desde que Cuba decidiu acabar com o programa Mais
Médicos do Brasil em
Novembro de 2018, depois das muitas críticas de Jair Bolsonaro na campanha
presidencial, que as cidades brasileiras perderam um quinto dos seus médicos de
família.
(…)
Bolsonaro, que chegou a
acusar os profissionais cubanos de estarem no país para “formar núcleos de
guerrilha”, prepara-se
agora para contratar os 1800 médicos cubanos que
ficaram no Brasil quando o programa de cooperação foi interrompido.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Sem comentários:
Enviar um comentário