O
texto seguinte, que transcrevemos do Diário
as beiras de hoje, é da autoria de Rui Curado da Silva, investigador e
candidato do Bloco de Esquerda às Legislativas 2015 pelo distrito de Coimbra. Este
nosso camarada coloca o dedo na ferida da política deste governo no que diz
respeito à ciência, um autêntico desastre. Para além de cortes e mais cortes
nesta área, a dupla Passos/Portas deu-se ao luxo de desperdiçar enormes
recursos de Portugal na formação de quadros no ramo científico que agora estão
a contribuir para o enriquecimento de outros países.
Desde
que este governo tomou posse, o desgoverno da política científica foi imediato.
O Ministério da Ciência foi integrado no Ministério da Educação para poupar em
serviço de secretaria. Na prática não foi integrado o Ministério da Ciência,
foi extinto, não existe política científica. Paradoxalmente em tempo de crise e
ao contrário de muitos exemplos recentes de países que apostaram com algum sucesso
na ciência para combater a crise, este governo interveio na ciência apenas para
aplicar cortes. Foram cortes nas bolsas, cortes nos projetos, cortes nos
orçamentos das universidades, cortes nos orçamentos dos centros de investigação
e cortes na divulgação científica.
As
raras intervenções públicas de Passos Coelho sobre a ciência apenas revelaram a
sua profunda ignorância, inventou indicadores estatísticos, fez interpretações
anedóticas da evolução da ciência no tempo de Mariano Gago, em suma esteve à
altura do seu currículo académico.
Nestes
últimos quatro anos emigraram numerosos colegas de norte a sul do país. Foram formados
durante décadas nas nossas escolas e universidades, foi um importante
investimento nacional que agora é aproveitado por outros países.
Um governo que não sabe o que
fazer com alguns dos seus recursos humanos mais valiosos é um governo que não
merece o país nem as pessoas que governa.
Sem comentários:
Enviar um comentário