quarta-feira, 30 de novembro de 2016

INDÍGENAS DO DAKOTA DO NORTE (EUA) EM LUTA CONTRA CONSTRUÇÃO DE OLEODUTO


Desde a Primavera que grupos de Nativos Americanos e ambientalistas estão em protesto contra o oleoduto que pretende atravessar a reserva Sioux de Standing Rock, Dakota do Norte, Estados Unidos da América (EUA). O projecto de 3,8 mil milhões de dólares coloca em risco as reservas de água locais, para além de poder poluir a zona e irá destruir terras que pertencem aos povos Nativos Americanos, sem a autorização destes. Para tal o governo dos EUA colocou no local um pequeno exército de polícia e da Guarda Nacional, ao qual os manifestantes têm resistido. O governador do Dakota do Norte exige agora a expulsão do acampamento e dos 5000 activistas, para evitar que tenham onde se abrigar do rigoroso inverno.
A partir do dia 5 de dezembro, o Exército dos EUA irá impedir o acesso à área onde se encontra o principal acampamento de manifestantes contrários à construção do oleoduto Dakota Access, no Estado da Dakota do Norte.
POLÍCIA INTENSIFICA REPRESSÃO CONTRA MANIFESTANTES
Na Reserva Sioux de Standing Rock (Dakota do Norte, Estados Unidos) está a ser levado a cabo uma mobilização sem precedentes com o objectivo de parar as obras de construção do oleoduto Dakota Access. A Mobilização dura já há 10 meses; com milhares de acampadas, centenas de nações tribais a trabalhar juntas e centenas de detidos pelas forças de segurança.
Nos últimos meses, a polícia da região têm intensificado a repressão ao acampamento e aos protestos promovidos pelos activistas, a maioria indígenas de diversas tribos que se reuniram em defesa da terra e dos recursos hídricos da região.
Desde agosto, mais de 500 pessoas foram presas por participar pacificamente nos protestos. Em 20 de novembro, uma acção policial contra os manifestantes deixou mais de 300 pessoas feridas, com pelo menos 26 delas hospitalizadas após os policias terem avançado sobre a multidão usando balas de borracha, gás lacrimogéneo e canhões de água – que causaram hipotermia em centenas de pessoas, já que a temperatura local se encontrava abaixo de zero.



RISCOS AMBIENTAIS DA CONSTRUÇÃO DO OLEODUTO
A Construção do oleoduto está orçamentada em cerca de 3.700 milhões de dólares, e quando estiver pronta vai cobrir uma distância de 2.000 km, atravessando quatro estados (Dakota do Norte, Dakota do Sul, Iowa e Illinois) e transportará o equivalente a 470.000 barris de petróleo bruto por dia.
O oleoduto atravessará mais de 200 passagens de água subterrâneas, incluindo uma a menos de 1.600 metros da reserva, colocando em risco o abastecimento de mais de 8.000 indígenas e outras milhões de pessoas que dependem das águas da região.
Além dos riscos ambientais do projecto, os indígenas sustentam que a construção do oleoduto na região viola o Tratado de Fort Laramie, de 1868, por meio do qual o governo norte-americano se comprometeu com os nativos a “garantir perpetuamente a utilização dos recursos hídricos” da região em que vivem.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, é accionista da Energy Transfer Partners, a principal proprietária do projecto, assim como da Phillips 66, empresa que será proprietária de 25% do oleoduto quando ele for concluído.
Leia Aqui interessante texto de João Camargo relacionado com este tema.

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