Desde a Primavera que grupos de Nativos Americanos e
ambientalistas estão em protesto contra o oleoduto que pretende atravessar a
reserva Sioux de Standing Rock, Dakota do Norte, Estados Unidos da América
(EUA). O projecto de 3,8 mil milhões de dólares coloca em risco as reservas de
água locais, para além de poder poluir a zona e irá destruir terras que
pertencem aos povos Nativos Americanos, sem a autorização destes. Para tal o
governo dos EUA colocou no local um pequeno exército de polícia e da Guarda
Nacional, ao qual os manifestantes têm resistido. O governador do Dakota do
Norte exige agora a expulsão do acampamento e dos 5000 activistas, para evitar
que tenham onde se abrigar do rigoroso inverno.
A partir do dia 5 de dezembro, o Exército dos EUA irá
impedir o acesso à área onde se encontra o principal acampamento de
manifestantes contrários à construção do oleoduto Dakota Access, no Estado da
Dakota do Norte.
POLÍCIA INTENSIFICA REPRESSÃO CONTRA MANIFESTANTES
Na Reserva Sioux de Standing Rock (Dakota do Norte,
Estados Unidos) está a ser levado a cabo uma mobilização sem precedentes com o
objectivo de parar as obras de construção do oleoduto Dakota Access. A
Mobilização dura já há 10 meses; com milhares de acampadas, centenas de nações
tribais a trabalhar juntas e centenas de detidos pelas forças de segurança.
Nos últimos meses, a polícia da região têm
intensificado a repressão ao acampamento e aos protestos promovidos pelos
activistas, a maioria indígenas de diversas tribos que se reuniram em defesa da
terra e dos recursos hídricos da região.
Desde agosto, mais de 500 pessoas foram presas por
participar pacificamente nos protestos. Em 20 de novembro, uma acção policial
contra os manifestantes deixou mais de 300 pessoas feridas, com pelo menos 26
delas hospitalizadas após os policias terem avançado sobre a multidão usando
balas de borracha, gás lacrimogéneo e canhões de água – que causaram hipotermia
em centenas de pessoas, já que a temperatura local se encontrava abaixo de
zero.
RISCOS AMBIENTAIS DA CONSTRUÇÃO DO OLEODUTO
A Construção do oleoduto está orçamentada em cerca de
3.700 milhões de dólares, e quando estiver pronta vai cobrir uma distância de
2.000 km, atravessando quatro estados (Dakota do Norte, Dakota do Sul, Iowa e
Illinois) e transportará o equivalente a 470.000 barris de petróleo bruto por dia.
O oleoduto atravessará mais de 200 passagens de água
subterrâneas, incluindo uma a menos de 1.600 metros da reserva, colocando em
risco o abastecimento de mais de 8.000 indígenas e outras milhões de pessoas
que dependem das águas da região.
Além dos riscos ambientais do projecto, os indígenas
sustentam que a construção do oleoduto na região viola o Tratado de Fort
Laramie, de 1868, por meio do qual o governo norte-americano se comprometeu com
os nativos a “garantir perpetuamente a utilização dos recursos hídricos” da
região em que vivem.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, é accionista
da Energy Transfer Partners, a principal proprietária do projecto, assim como
da Phillips 66, empresa que será proprietária de 25% do oleoduto quando ele for
concluído.
Leia Aqui interessante texto de João Camargo relacionado com este tema.
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